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Transporte por barcas pode paralisar

UFRJ faz diagnóstico do sistema com mais estações


05/08/2022 - Edição 2105

Insulanos reclamam do péssimo serviço oferecido à Ilha nos últimos anos
Insulanos reclamam do péssimo serviço oferecido à Ilha nos últimos anos

O péssimo sistema de barcas da Ilha, que irrita diariamente os insulanos pela pouca flexibilidade de horário, viagens com apenas destino final no Centro da cidade e embarcações lentas e arcaicas, pode ficar ainda pior, já que existe a possibilidade de paralisação do serviço em fevereiro 2023. Isso porque a CCR Barcas, empresa que administra o transporte, tem contrato de serviços que se encerrando no dia 11 de fevereiro do próximo ano e já sinalizou que não tem interesse em seguir operando o sistema. 

A licitação para a chegada de uma nova empresa ainda não está pronta e está prevista para ser entregue apenas em janeiro, um mês antes do fim do prazo contratual com a CCR. A saída da empresa atual era prevista, já que esta alega prejuízos diários e que o Estado teria uma dívida superior a um bilhão. No ano passado, um consórcio formado por cinco empresas havia elaborado uma licitação com estudos técnicos, mas a Secretaria de Transportes (Setrans) considerou falta de experiência técnica suficiente e anulou o processo.  

A Setrans decidiu contratar pelo valor de R$ 4,3 milhões a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para a elaboração de um novo modelo de concessão. Um diagnóstico da atual situação do serviço das barcas está sendo feito pela UFRJ, que em seus estudos planeja implementar estações de serviços em outros pontos do Rio e, inclusive, o Galeão e a Ilha do Fundão.  

O governo do Rio, no entanto, já pediu esclarecimentos à UFRJ, que havia garantido a entrega do diagnóstico em julho, mas a instituição já estima apenas no fim deste mês. O próximo passo da UFRJ é convocar reuniões com Alerj, Capitania dos Portos, Câmaras Municipais, Conselho Estadual de Transporte e Logística, Ministério Público, Prefeituras e Tribunal de Contas do Estado para juntos chegarem em um consenso do que seria melhor para o sistema de barcas do Rio. Uma audiência pública, também, foi marcada na próxima terça (9), na UFRJ, com representantes da sociedade civil, para ouvir sugestões e posteriormente atender os anseios nesta nova licitação.  

— Fico feliz que a UFRJ tenha sido contratada para fazer a modelagem deste edital de licitação, o que garantirá maior transparência e uma efetiva participação da sociedade civil e principalmente dos moradores das ilhas da Baía de Guanabara — comemorou Sergio Ricardo, co-fundador do Movimento Baía Viva.  

Questionada sobre uma possível paralisação no serviço de barcas, a Setrans diz que não considera essa possibilidade e já costura um acordo para a continuidade da CCR mesmo após o fim do contrato. “Os representantes da CCR se colocaram à disposição da Setrans neste processo transitório”, diz a nota.