Opinião

Opinião - José Richard

A Ilha do Governador vai começar 2018 com a perspectiva de piora no sistema de transporte público. É que algumas empresas de ônibus da cidade estão paralisando algumas linhas deficitárias, segundo elas, depois das duas reduções na tarifa determinadas pela justiça e prefeitura. Caso chegue à Ilha esse desdobramento será séria a crise de mobilidade urbana e deve provocar uma avalanche de vans e kombis nas ruas para ocupar o espaço dos ônibus que eventualmente deixem de circular.


29/12/2017 - Edição 1865

A Ilha do Governador vai começar 2018 com a perspectiva de piora no sistema de transporte público. É que algumas empresas de ônibus da cidade estão paralisando algumas linhas deficitárias, segundo elas, depois das duas reduções na tarifa determinadas pela justiça e prefeitura. Caso chegue à Ilha esse desdobramento será séria a crise de mobilidade urbana e deve provocar uma avalanche de vans e kombis nas ruas para ocupar o espaço dos ônibus que eventualmente deixem de circular. Já há sinais disso com a redução de veículos em algumas linhas como 914, 924, 934. Depois, as empresas de ônibus não poderão reclamar da concorrência, principalmente se as vans que vierem a ocupar trajetos de linhas de ônibus melhorarem seus serviços que atualmente são péssimos, mas ainda assim transportam muita gente.  Alias, as kombis e vans só entraram oficialmente no transporte de passageiros em razão da falta de ônibus circulando à noite e madrugada, por absoluto desinteresse dos proprietários das empresas de ônibus que literalmente abandonaram seus passageiros nas ruas. As kombis começaram a funcionar precariamente e hoje tomaram conta até dos pontos do ônibus.  Lamento profundamente que essas mudanças possam acontecer porque existem muitas vans ilegais, que não transportam idosos, não aceitam o Riocard e desrespeitam todas as leis e sinais de trânsito. São ilegais, porque não existem legalmente e tem placas falsas cobertas por adesivos, além de outras irregularidades como circular em alta velocidade e muitas vezes de portas abertas.  Se a tarifa dos ônibus diminuiu deve ter havido aumento no número de passageiros atraídos pelo preço baixo que compensaria e equilibraria o caixa. Imagino também, que o fim das propinas milionárias pagas a políticos corruptos estancou um ralo, proporcionado um significativo poder financeiro para investimentos no aumento e modernização das frotas. O que vai acontecer está nas mãos dos empresários. Mais kombis e vans nas ruas ou os ônibus melhoram seus serviços, mantendo tarifas justas.