Opinião

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No futuro, a perda de aulas hoje poderá ter um preço muito caro na carreira profissional e na educação dos alunos do Colégio Mendes de Moraes. O movimento de ocupação proíbe há semanas o funcionamento normal do colégio, embora parte dos alunos e professores querem ter aulas, mesmo admitindo problemas pontuais no colégio. Entretanto, são proibidos de entrar no colégio, fato que mexe com as garantias individuais e a liberdade. No final, perdem todos.


15/04/2016 - Edição 1776

No futuro, a perda de aulas hoje poderá ter um preço muito caro na carreira profissional e na educação dos alunos do Colégio Mendes de Moraes. O movimento de ocupação proíbe há semanas o funcionamento normal do colégio, embora parte dos alunos e professores querem ter aulas, mesmo admitindo problemas pontuais no colégio. Entretanto, são proibidos de entrar no colégio, fato que mexe com as garantias individuais e a liberdade. No final, perdem todos.  Salários de professores atrasados, problemas na estrutura, como a falta de aparelhos de ar condicionado, entre outros, são problemas graves que justificariam fortes protestos contra as autoridades, mas tendo como cenário a Secretaria Estadual de Educação. A ocupação do colégio para evitar aulas é um absurdo contra todos. Sei de professores que reclamam do atraso no salário, mas, mesmo assim, querem dar aulas, porque, apesar de tudo que sofrem, suas consciências e responsabilidade com a educação dos jovens estão acima das dificuldades individuais que enfrentam como o calor insuportável em sala de aula e contas atrasadas. O protesto na Ilha já se transformou em questão judicial com deferimento e cassação de liminar impedindo e no mesmo dia autorizando judicialmente a ocupação provocando ainda mais confusão na cabeça dos alunos. O transtorno também atinge os pais dos alunos e nada vai acrescentar na formação da maioria dos alunos cujo objetivo principal deveria ter aulas a qualquer custo. Protestos são da democracia, mas discordo das ações que, para ter eco, prejudicam inocentes e trazem prejuízos a todos. Um exemplo recente foi o movimento dos taxistas contra a Uber que parou a cidade e provocou problemas na rotina de quase toda população. Infelizmente, o tempo perdido sem aulas nunca mais será recuperado por esses alunos. A mentalidade deveria ser outra. Exigir aulas de qualquer modo, “nem que fosse sob a sombra de uma árvore”, como dizia o saudoso professor Àlvaro Vale.