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Mendigos ocupam ruas do Galeão

São muitas as queixas dos moradores do Galeão sobre a quantidade cada vez maior de desabrigados que se instalam no bairro. Estes moradores de rua são oriundos de diversos locais do Rio de Janeiro, que após terem sidos acolhidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social, foram encaminhados ao abrigo Stella Maris, na Estrada dos Maracajás.


22/05/2015 - Edição 1729

Calçada da Estrada dos Maracajás, no Galeão, é tomada por desabrigados
Calçada da Estrada dos Maracajás, no Galeão, é tomada por desabrigados
São muitas as queixas dos moradores do Galeão sobre a quantidade cada vez maior de desabrigados que se instalam no bairro. Estes moradores de rua são oriundos de diversos locais do Rio de Janeiro, que após terem sidos acolhidos pela Secretaria de Desenvolvimento Social, foram encaminhados ao abrigo Stella Maris, na Estrada dos Maracajás.   Contudo, por não se adaptarem ao sistema da instituição voltaram às ruas. Este é o caso de Gilberto Carlos Dias. Desempregado e com problemas de alcoolismo, ele disse ter sido abandonado pela família que mora em Éden, na Baixada Fluminense.    — O abrigo é muito complicado. Temos que levantar às 7h e não podemos mais dormir. O ambiente é pesado. Brigas e confusões são comuns e eu prefiro catar papelão e alumínio para arrumar o dinheiro da minha quentinha do que ficar misturado com pessoas que a qualquer momento podem me agredir — comentou o desabrigado, que utiliza sua carroça de catador como cama.   Eliza Valente, gerente do restaurante Souza Grill, diz que muitas vezes tem problemas com os desabrigados. “Eles costumam ficar pedindo aos clientes que paguem comida. Tem cliente que não se importa, mas a maioria não gosta e acaba não voltando mais”, explica Eliza, que lamenta também o fato dos moradores de rua vasculharem os sacos de lixo atrás de latas e restos de comida e consequentemente deixar o lixo espalhado pela rua.   Outro fato que constrange os moradores da Estrada dos Maracajás são as brigas que acontecem frequentemente entre os desabrigados. Segundo Louvercy Almendra, moradora da Rua 98, passar na Estrada dos Maracajás se tornou uma grande aventura.   — Quando preciso passar pela Maracajás peço a Deus que me proteja. Outro dia uns homens estavam brigando e tacaram pedras um no outro e a pedra bateu em minha cabeça, ainda bem que antes a pedra resvalou na parede e quando me atingiu já estava sem força. Fiquei muito tensa — diz à moradora, que alega já ter visto também cenas de sexo entre os moradores de rua.   A Secretaria de Desenvolvimento Social diz que a instituição não é um internato e os acolhidos que resolverem não ficar no abrigo podem deixar a unidade entre 7h e 22h. No período da noite, só entra e sai das dependências quem tem autorização ou pessoas que foram encaminhadas durante a abordagem noturna.