17/02/2012 - Edição 1559
Com 800 componentes, a Escola de Samba Boi da Ilha leva para a Avenida Intendente Magalhães um desfile sobre as teorias do fim do mundo em 2012 e as ações do homem na natureza. Com um samba animado e ensaios lotados em "Fim – Recomeço Divino. Até quando?", o Boi da Ilha aposta as fichas para ganhar o campeonato pelo grupo C das escolas de samba do Rio. A escola insulana será a 12ª a entrar na avenida no dia 19, domingo de carnaval.
Sob comando do carnavalesco Guilherme Alexandre, uma equipe com 10 artesãos finalizou as fantasias no ateliê que fica na Ribeira e o presidente da escola Luiz Antônio também botou a mão na massa para confeccionar os adereços. No barracão, na Avenida Brasil, os dois carros alegóricos e os três tripés receberam os últimos detalhes na decoração. Guilherme promete um desfile com fantasias que vão se destacar na avenida, e junto com o enredo, está certo de que uma nova era de esperança está por vir.
– O Boi vai fazer uma viagem sobre a história da humanidade usando passagens bíblicas sofre o fim dos tempos e trazer para o público uma nova era, que consideremos ser a Era da Esperança. O homem passou por períodos ou eras, e as dividimos em 16 alas, como a Era da Inocência com o Jardim do Éden e Adão e Eva; a Era da Consciência com a Arca de Noé; a Era do Governo com a Torre de Babel; a das guerras que consideramos uma Era Patriarcal e assim por diante. O tema fez viajar na criatividade para produzir fantasias luxuosas e que vai chamar atenção dos jurados como a ala dos Sete Pecados Capitais – comenta Guilherme. Para a bateria do mestre Xula, o carnavalesco deu uma atenção especial. "São três fantasias diferentes: o mar vermelho, os egípcios e os hebreus. A coreografia inspirada na passagem bíblica da travessia do Mar Vermelho vai empolgar", explica.
Há quatro anos na escola, o intérprete Marquinhus do Banjo está empolgado para cantar o samba de autoria de Djalma Falcão (vice-presidente da União da Ilha), Dudu das Candongas, Maurício Miranda e Tiniquinho. No ano passado, Marquinhus foi eleito o melhor intérprete das escolas do Grupo C e trouxe para a comunidade boiadeira o troféu Samba- Show. "Foi um presente que dediquei a todos os componentes. O Boi da Ilha é uma escola muito tradicional e que merece todo respeito e reconhecimento", diz Marquinhus.
Sem quadra, a escola contou com a ajuda da Acadêmicos do Dendê para realizar os ensaios. "Em julho do ano passado começamos a planejar o enredo e na sequência os ensaios começaram sempre aos domingos na quadra da Acadêmicos do Dendê, no Tauá. Foi um grande apoio", conta Guilherme. No sábado (3), o Boi da Ilha fez um ensaio de rua na Freguesia e para o intérprete foi um bom momento para resgatar as origens da escola que começou como um bloco na Freguesia. "O ensaio ficou lotado e foi muito importante para mostrar que a escola ainda tem força no carnaval da região", diz Marquinhus. Na última quinta (16) o Boi da Ilha fez o ensaio geral no quadra da Acadêmicos do Dendê.