Gente da Ilha

Manoel descobriu a magia do cuscuz

Ele já foi ajudante de pedreiro, segurança no aeroporto e trabalhou em banco. Mas, Seu Manoel, ganha a vida mesmo, há 30 anos, vendendo um delicioso cuscuz doce em frente à loja das Casas Bahia, no Cacuia. De segunda a sexta, Manoel acorda cedo e com ajuda da esposa apronta o tabuleiro de cuscuz que começa a ser vendido às 11h.


11/01/2019 - Edição 1919

 Manoel é admirado pelos amigos e clientes por seu jeito alegre e trabalhador
Manoel é admirado pelos amigos e clientes por seu jeito alegre e trabalhador
Ele já foi ajudante de pedreiro, segurança no aeroporto e trabalhou em banco. Mas, Seu Manoel, ganha a vida mesmo, há 30 anos, vendendo um delicioso cuscuz doce em frente à loja das Casas Bahia, no Cacuia. De segunda a sexta, Manoel acorda cedo e com ajuda da esposa apronta o tabuleiro de cuscuz que começa a ser vendido às 11h.    O segredo do sucesso revela sem problemas. Diz que para manter a mesma qualidade todos os dias é preciso trabalhar com empenho, como um bom nordestino. Nascido no sertão de Pernambuco, desde cedo, Manoel aprendeu que para vencer na vida é preciso se esforçar. Seus pais Mariano e Deolinda, ensinaram os principais valores da vida, entre eles, um que carrega com orgulho que é a honestidade.    Como era costume da época, Manoel não demorou muito para casar. Aos 19 anos, ainda no nordeste, encontrou em Ana Paulino o amor de sua vida, e essa paixão já ultrapassa 50 anos. O amor deu frutos e o casal tem três filhos: José Mariano, 47 Edna Maria, 46 e Leandro Mariano, 38.   — Vivíamos uma realidade diferente da que temos hoje. Ana foi o único amor da minha vida e isso me orgulha. Temos uma família bela com filhos já criados.   Aos 22 anos, Manoel veio para o Rio de Janeiro com a família para tentar uma vida melhor e ao chegar na cidade maravilhosa percebeu que também por esses lados a vida não era tão fácil, como diziam no sertão de Pernambuco. Depois de algumas tentativas, conseguiu se firmar no antigo Unibanco.   — Vim esperando uma vida melhor e encontrei mais dificuldades. Tive que perseverar e lutar bastante para garantir o sustento da família. Quando consegui emprego no banco foi uma alegria. Comunicava-me com meus outros familiares de Pernambuco por cartas falando que trabalhava em um grande banco. Só omitia que era como faxineiro — brinca Manoel.   No inicio da década de 90, ele sentiu a necessidade de completar a renda familiar. Foi aí que ao ver o sucesso de vendas de um amigo próximo a família, decidiu pegar as receitas e começou a vender cuscuz no bairro do Cacuia. Inicialmente não tinha lugar fixo. Andava pelo Cacuia em busca de clientes.  O sabor fez toda diferença, o negócio prosperou e continua firme.    — A situação econômica dos últimos anos foi sentida por mim, mas nada que abalasse minha força de vontade e a confiança no futuro e no meu produto. Faça sol ou chuva, estou com minha carroça atrás do ponto de ônibus esperando o próximo cliente com alegria e bom humor.    Conhecido por todos do Cacuia, Manoel, que é morador do Jardim Carioca, se destaca pelo jeito trabalhador e honesto que leva a vida. É um homem sério e que está sempre disposto a vencer um leão por dia. Tornou-se um modelo de bom cidadão. É Gente da Ilha!