Gente da Ilha

Pedro, o craque no futebol de botão

Nascido em Muritiba, no interior da Bahia, desde cedo, Pedro Carlos, conhece às dificuldades impostas pela vida. Logo aos oito anos embarcou em um ônibus sozinho rumo ao Rio de Janeiro ao encontro de sua mãe Joselita Silva no carnaval de 1962. Com o endereço errado, ficou um mês na casa de um senhor que lhe acolheu perdido na rua até encontrar a mãe.


26/10/2018 - Edição 1908

Nascido em Muritiba, no interior da Bahia, desde cedo, Pedro Carlos, conhece às dificuldades impostas pela vida. Logo aos oito anos embarcou em um ônibus sozinho rumo ao Rio de Janeiro ao encontro de sua mãe Joselita Silva no carnaval de 1962. Com o endereço errado, ficou um mês na casa de um senhor que lhe acolheu perdido na rua até encontrar a mãe.    Aos nove anos começou a trabalhar com carreto em feira para ajudar a mãe e os irmãos em casa. Lembra com emoção de como gastou o primeiro salário. Foi no Cine Marajá, em Triagem, ver o filme “Tarzan contra o Mundo”. Já o começo no futebol de botão é uma história curiosa. Sem recursos para comprar botões especiais, Pedro improvisou fichas de ônibus como jogadores.    - Era improvisado mesmo, mas foi ali que dei meus primeiros passos no esporte. Os recursos não me permitiam ter os botões dos grandes jogadores, mas como bom brasileiro, dei meu jeito. Lembro que os amigos próximos se empolgaram e fizemos uma mesa de fórmica para brincar e realizar campeonatos.  Tudo começou aí – conta Pedro.   Com o tempo, às fichas de ônibus se tornaram lindos botões de galalites. A brincadeira de infância ficou séria, tornou-se uma verdadeira paixão e levou Pedro a disputar campeonatos oficiais durante os horários vagos e à noite. Nesse tempo trabalhava durante o dia em uma empresa de administração. Em 1976, saiu de Inhaúma e veio morar na Ilha, de onde nunca mais pretende sair.    Em 1990 surgiu a oportunidade de jogar defendendo a camisa da Portuguesa em campeonatos por todo o Brasil. As portas do clube para o esporte foram abertas pelo então diretor de quadra e salão, Nelson Lucas. E Pedro guarda com carinho todos os títulos conquistados com a camisa da Lusa ao longo de 28 anos.    - A Portuguesa hoje representa muito pra mim. Foi a instituição que abriu as portas para fazer uma das coisas que mais gosto na vida, que é jogar futebol de botão. É aqui que também tive a oportunidade de ensinar crianças e jovens a jogar esse esporte fascinante. Tanto é que formei dois dos nossos melhores jogadores: o Alênio e o Horácio Júnior, que começaram comigo com12 anos.   Atualmente Pedro é um dos líderes do departamento de futebol de mesa da Associação Atlética Portuguesa, clube referência nacional neste esporte e que possui diversas vitórias nacionais e internacionais   Casado há 16 anos com Vera Lúcia, Pedro tem duas filhas: Renata e Fernanda. Os netos João Pedro, de 8 anos, Manuela e os gêmeos recém-nascidos Artur e Henrique completam a sua felicidade. Em 2019 ele já pretende ensinar o neto João a ser em um grande jogador de botão.    De coração enorme e sempre disposto a fazer o bem, Pedro é um grande exemplo de pai de família e cidadão. Um vencedor na vida e nas mesas de botão, onde está firme e forte para conquistar mais títulos com a camisa da Portuguesa e formar novos grandes jogadores no esporte que considera fascinante. Pedro é Gente da Ilha!