Gente da Ilha

Zeca foi destaque contra o Real Madrid

Oswaldo José da Fonseca Almeida, mais conhecido como Zeca na família e entre os amigos, foi um dos maiores ídolos do futebol da Lusa. Nascido em Três Rios e criado em uma fazenda às margens do Rio Paraíba do Sul, ele até hoje é reconhecido e reverenciado nas ruas da Ilha pelos torcedores mais antigos da Portuguesa. Da infância, Zeca, se lembra do contato com a natureza, de nadar nos rios e lagos da região Centro-sul Fluminense, dos pomares, dos pais, irmãos e primos.


24/03/2017 - Edição 1825

Ex-craque da Lusa, Zeca se orgulha de ter defendido o clube insulano
Ex-craque da Lusa, Zeca se orgulha de ter defendido o clube insulano
Oswaldo José da Fonseca Almeida, mais conhecido como Zeca na família e entre os amigos, foi um dos maiores ídolos do futebol da Lusa. Nascido em Três Rios e criado em uma fazenda às margens do Rio Paraíba do Sul, ele até hoje é reconhecido e reverenciado nas ruas da Ilha pelos torcedores mais antigos da Portuguesa. Da infância, Zeca,  se lembra do contato com a natureza, de nadar nos rios e lagos da região Centro-sul Fluminense, dos pomares, dos pais, irmãos e primos. — Meu pai era imigrante italiano e cuidava de nossa fazenda junto com meus avós e tios. Nossa propriedade era grande, tínhamos criações, hortas, lagos com peixes e muitos pés de frutas. Em 1941 aconteceu uma enchente e o nível do Rio Paraíba do Sul subiu tanto que invadiu nossa fazenda e arrasou tudo. Foi um momento muito difícil, mas minha família se uniu e reconstruímos tudo outra vez — disse o ex-jogador. Aos 17 anos, Zeca fez um teste na Associação Atlética Portuguesa para jogar na lateral esquerda e conquistou o lugar e jogou por mais de 10 anos. “Que época boa, o futebol foi tudo na minha vida e agradeço muito à Portuguesa. Joguei profissionalmente na Lusa, além de apurar minha forma técnica e física, ganhei disciplina, aprendi a trabalhar em grupo e formei amigos que levarei no coração até o fim dos meus dias”, falou Zeca, que terminou sua carreira de atleta profissional jogando no Bangu. Eterno ídolo da Lusa, Zeca relembrou o jogo de sua vida e se emocionou. — Fomos enfrentar o Real Madrid que tinha sido tricampeão espanhol, em 1969, no Estádio Santiago Bernabéu, em Madrid. Eu era o capitão da equipe e com 20 minutos já ganhávamos por 2 a 0. Eu estava inspirado e fiz lançamentos precisos. No dia seguinte os jornais espanhóis falaram de mim como um “Senhor jogador, precioso nos lançamentos”, disse orgulhoso o craque insulano, que era fã dos também canhotos Rivelino e Gerson.  Casado há 52 com Cely Almeida, o casal construiu o que Zeca chama de sua fortuna: a família. “Amo meus filhos Édson, Denise e Fábio. Amo meus netos Rodrigo, Fernanda, Lívia, Felipe e Victor e agora meu coração transborda de amor por Charlotte, minha bisneta”, falou o patriarca Zeca, que vive na Ilha há 47 anos. — Tenho casas em outros lugares, mas é aqui que me sinto bem. A Ilha contém a energia que preciso para me manter vivo. Faço minhas caminhadas com meu filho Fábio, saio com minha esposa nos restaurantes da região, e, o melhor, sou bem tratado, respeitado, enfim, este é o meu lugar — disse Zeca. Bem articulado e comunicativo, Zeca foi, e é exemplo para muitas gerações vencedoras que passaram pelo futebol da Lusa. O título de ídolo nunca lhe subiu a cabeça e o ex-craque da camisa 6, é um grande líder dentro e fora dos campos. É uma referência de cidadão.