Gente da Ilha

Um novo teatro na Ilha é a sua meta

Carioca nascido no Rio Comprido e descendente de portugueses, ele começou a estudar teatro para se livrar da timidez que dificultava muito sua vida, inclusive para arrumar namoradas. Quando menino, por volta de 13 anos, a família achava que o jovem seria jogador de futebol, tamanha era sua habilidade com a bola nos pés, chegou a treinar nas divisões de base do Clube da Portuguesa, mas o desejo de ser jogador foi substituído pela magia da encenação, e, sobretudo, pelo poder da literatura.


02/04/2015 - Edição 1722

Músico e ator, Gilberto que mais espaço para cultura.
Músico e ator, Gilberto que mais espaço para cultura.
Carioca nascido no Rio Comprido e descendente de portugueses, ele começou a estudar teatro para se livrar da timidez que dificultava muito sua vida, inclusive para arrumar namoradas. Quando menino, por volta de 13 anos, a família achava que o jovem seria jogador de futebol, tamanha era sua habilidade com a bola nos pés, chegou a treinar nas divisões de base do Clube da Portuguesa, mas o desejo de ser jogador foi substituído pela magia da encenação, e, sobretudo, pelo poder da literatura.    Um dia o jovem foi assistir a peça “Din-don”, da teatróloga Elbe de Holanda, e nesse momento Gilberto Pereira, decidiu que seria ator e dedicaria sua vida ao teatro, adotando o nome artístico de Gilberto D’alma.   Encantado com a teatróloga Elbe de Holanda, Gilberto a procurou durante os ensaios e pediu para fazer parte de seu grupo teatral e foi aceito imediatamente.    — A tia Elbe era simplesmente fantástica. Todos que quisessem participar do grupo teatral eram aceitos. E caso ela estivesse ensaiando uma peça que não tivesse personagem para aquele indivíduo recém-chegado, ela criava na hora — diz Gilberto, que tem a teatróloga como a referência mais forte para sua carreira artística e se orgulha de ter sido presidente da casa de cultura que levava o nome dela, no Jardim Guanabara.   Sobre a casa de cultura, Gilberto lamenta a perda de um espaço tão importante para a região, mas acredita que em um futuro próximo a Ilha ganhará um espaço cultural, inclusive com uma sala de teatro e que terá o nome Espaço Cultural Elbe de Holanda.   Além de ator, D’alma também é músico, e tem utilizado esse conhecimento para ilustrar suas aulas e contações de história. “É difícil demais viver só de teatro no Brasil, por isso dou aulas de artes cênicas em alguns colégios da Ilha e me dedico ao projeto D’alma Cursos de Artes, com aulas de dança, desenho, pintura, moda e teatro. O curso funciona nas instalações do Colégio Passaredo e atende crianças, jovens, adultos e idosos”, comenta o professor.   Casado há 11 anos com Tetê Silva, Gilberto conheceu sua esposa em um trabalho teatral onde ele era diretor. Pai de dois filhos, Danilo, do primeiro casamento e Guilherme, que veio da união com Tetê, o artista busca na família a inspiração e força para tocar seus projetos.    Apaixonado pela Ilha e às vésperas de completar 55 anos, Gilberto diz que criou raízes na região onde vive há 44 anos e mesmo que ganhasse na loteria e ficasse milionário não sairia da Ilha, que segundo ele, é um lugar abençoado e com um povo acolhedor. Pelo seu trabalho, dedicação e integração à cultura da região Gilberto é Gente da Ilha.