12/08/2021 - Edição 2054
Com a crescente da variante Delta na região, classificada pelos especialistas como uma das cepas com maior poder de transmissão e contágio, a Ilha do Governador voltou a apresentar, risco alto para a Covid-19, de acordo com o Boletim Epidemiológico da prefeitura do Rio, assim como em outras regiões da cidade. O número de novos casos confirma esta tendência de alta. Nos últimos 15 dias, foram confirmadas 533 pessoas contaminadas e 61 óbitos considerando os 14 bairros da Ilha.
Além da potencialidade da transmissão desta cepa, cresce também a procura pelos hospitais. Desde a última semana, é possível notar uma movimentação maior na frente do Hospital Evandro Freire, unidade de saúde de referência da região. Os hospitais particulares, como o Procor, Hospital Ilha do Governador e São Bento, apresentaram uma procura maior de pacientes com sintomas gripais, semelhantes a Covid-19. A situação se agrava ainda mais, porque, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, 95% dos infectados com a variante Delta na cidade, não foram vacinados.
— É uma situação que merece atenção. Os dados apontam que 5% apenas das pessoas que internam com esta variante tomaram pelo menos uma dose da vacina. Já os outros 95% sequer se vacinaram. Isso é um dado que reforça que as vacinas funcionam, elas têm efeito, mas ainda tem muita internação de pessoas que não se vacinaram por motivos diversos. Se você está elegível e tem mais de 50 anos, vá se vacinar imediatamente — pede o secretário Daniel Soranz.
Outro dado que preocupa é que a região da Ilha ficou sem vacinação para a primeira dose desde a quarta-feira (11). A prefeitura do Rio anunciou a suspensão do calendário, que contemplaria a faixa etária de 24 anos, justificando que o Ministério da Saúde não entregou a tempo as doses necessárias. Mesmo com a entrega de 32 mil doses na manhã de quarta-feira, o prefeito Eduardo Paes informou que o número é insuficiente para atender a demanda de pessoas nesta faixa de idade, e que seriam necessárias 68 mil doses. Ele voltou a informar que não usará o estoque destinado para a imunização de segunda dose.
— O ministério tem 11,9 milhões de doses em seu estoque e a gente está esperando a confirmação do envio. Infelizmente, está tendo um atraso muito grande por parte dos produtores que entregam ao Ministério da Saúde e o repasse aos estados — explica Soranz.
Mesmo com 32 mil doses disponíveis na secretaria municipal de Saúde, a prefeitura do Rio optou por não realizar a separação da faixa etária de 24 por gênero, como havia feito em momentos oportunos do calendário nas semanas anteriores.