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Ponta do Tiro é referência histórica

Localizado na Praia da Bandeira, local precisa de obras e conservação


07/08/2020 - Edição 2001

Canhão deteriorado pela ação do tempo, teria sido da Revolta da Armada
Canhão deteriorado pela ação do tempo, teria sido da Revolta da Armada

O espaço conhecido como Ponta do Tiro, na Praia da Bandeira, oferece uma excelente vista para parte da Baia de Guanabara, e é um local tratado com carinho pelos insulanos saudosistas. A área construída em 1919, sob uma fortificação, tinha um mastro de cerca de doze metros onde era hasteada a Bandeira Nacional e utilizada para formaturas dos alunos e comemorações cívicas da 8ª Escola Mista do 23º Distrito, a atual Escola Cuba.

De acordo com o historiador Juberto Santos, a construção do espaço foi realizada por iniciativa do esposo da diretora da escola, o Capitão Pedro Barbosa e contou com a ajuda do ilustre morador da região Major Dias Jacaré. Já o canhão de ferro fundido teria sido deixado na região da Freguesia e pertenceu a Revolta da Armada, quando o tal conflito chegou à Ilha do Governador. Ele foi trazido para o forte da Praia da Bandeira na década de 1930 por um dos membros da família Magiolli, que residia nas proximidades.

Atualmente, o local está abandonado. O mastro onde tremulava a bandeira nacional já não existe, as muretas de proteção estão quebradas e o canhão está tomado por ferrugens. À noite não há iluminação o que torna o ambiente perigoso. A última intervenção significativa no espaço ocorreu em 1995. De lá para cá, nada mais importante foi feito para conservar a Ponta do Tiro, que é importante historicamente, serve como referência para região e já possui mais de um século de existência.

— Como é triste e revoltante observar o descaso com a Ponta do Tiro. O canhão, esse gigante da Revolta da Armada, de 1893, apodrece tamanho o descaso e inércia de quem deveria cuidá-lo, mas nem o percebe na paisagem. A Praia da Bandeira tem esse nome pela bandeira que ali era hasteada, mas hoje só vemos o suporte de cimento e buracos. É necessário refazer a beirada, recolocar os bancos, fortalecer o piso, retirar e limpar a ferrugem, assim como deveriam ser colocada placas contando um pouco da história do local para que as pessoas que desconhecem saibam. É preciso que valorizar a nossa história. — conta o professor Juberto.