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Parque Royal sofre com a falta de água

Com a instabilidade também no fornecimento de luz, moradores vão ao desespero


14/03/2025 - Edição 2241

A revolta toma conta dos moradores do Parque Royal, na Portuguesa. A constante falta de água e as quedas de energia têm tornado a rotina da comunidade um verdadeiro caos. Segundo relatos de moradores, o abastecimento de água tem sido intermitente, com torneiras secas durante o dia e um fio d’água apenas na madrugada. Além disso, os frequentes apagões e oscilações elétricas têm prejudicado eletrodomésticos e gerado insegurança. 

No início de março, grande parte das ruas da comunidade ficou mais de 48 horas sem energia. O problema só foi resolvido após inúmeros chamados à Light e manifestações dos moradores nas redes sociais. Porém, a luz continua instável, piscando constantemente, o que tem preocupado quem depende de equipamentos elétricos para trabalhar e manter a casa em ordem. 

O descontentamento maior, no entanto, é com a falta d’água, que já se arrasta há semanas. Na Rua do Rio, por exemplo, os moradores relatam que só conseguem água de madrugada, forçando famílias inteiras a mudar a rotina para encher baldes e caixas d’água no meio da noite. 

— É um absurdo o que acontece. Estamos numa onda de calor grande e passamos por ela sem nosso principal aliado, que é a água para se refrescar. Quero que olhem com mais carinho por nós. Eu pago minhas contas, batalho para conseguir sustentar minha família e o mínimo que eu quero é um conforto quando chego em casa. Não quero mais ser obrigado a tomar banho de balde. É questão de dignidade — afirma Marcio Freitas, morador da Rua do Rio.  

A dona de casa Paula Magalhães afirma que esse problema é de muito tempo, mas que está sendo mais agravado pelo fato de mais pessoas a cada ano estarem vindo morar no Parque Royal. “A gente paga as contas em dia, mas é tratado como se não existisse. Água, que é um direito básico, não temos. Meu esposo tem que acordar de madrugada para encher baldes, porque de dia não cai uma gota. A Águas do Rio precisa dar uma resposta, porque já passou dos limites”, protesta.  

A falta de água afeta não só o consumo doméstico, como também o comércio local. Pequenos negócios, como padarias e mercearias, estão sendo prejudicados, tendo que recorrer a alternativas caras para manter a operação funcionando. Um comerciante que preferiu não se identificar temendo represálias, afirmou que tem encerrado mais cedo. “Trabalho com delivery forte, mas as vezes não consigo ter a mínima condição aqui no estabelecimento e sou obrigado a encerrar o dia nos aplicativos de entrega. Uma pena. Dói no bolso”, disse.  

Procurada, a Águas do Rio informou que vai enviar nesta sexta-feira (14) uma equipe à comunidade para verificar a falta d'água nas ruas citadas.