Orla do Quebra Coco atrai pescadores

A chegada do coronavírus provocou um impacto forte na vida das pessoas a ponto de limitar a rotina de vida, incluindo o lazer. Cinemas, teatros e casas de festas foram fechados como medida para evitar as aglomerações e a propagação da doença em espaços públicos. Ainda assim, mesmo com os riscos, há quem drible as dificuldades e busque alternativas para fugir do isolamento e se envolver em aglomerações. Muitas vezes desnecessárias.

É o caso de alguns pescadores, principalmente nos fins de semana, nas orlas da Ilha do Governador. Eles encontraram na pesca motivo para sair do isolamento social e, como a maioria utiliza equipamentos amadores, o resultado das pescarias não é dos melhores.

Muitos desses pescadores são conhecidos entre si e vão juntos aos locais provocando pequenas aglomerações, embora tentem tomar as medidas de segurança recomendadas pelas autoridades, como o distanciamento entre eles e o uso de máscaras de proteção. No Quebra-Coco, a maioria dos pescadores segue as regras e usam máscaras, carregam frascos de álcool gel e mantém certa distância uns dos outros.

Marcelo Silva, de 34 anos, frequenta há um ano a orla do Quebra-Coco. Ele é morador de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e costuma ir ao local com vizinhos e amigos, e eventualmente com o filho João, de 14 anos. Para Marcelo, a pesca aos fins de semana, com todos os cuidados para evitar o contágio é uma alternativa para aliviar a tensão por conta do isolamento social.

— Não tinha mais condição de ficar em casa o tempo todo vendo tanta notícia ruim passando na televisão. Chega uma hora que o psicológico fica totalmente abalado — explica.

Segundo moradores do bairro, a Guarda Municipal, comandada pelo inspetor Wilson Pralon, realiza com frequência operações para conscientizar os pescadores dos perigos de contágio pelo coronavírus, e para que evitem as aglomerações. Essas operações são realizadas inclusive à noite e tem ajudado aos pescadores desavisados sobre a obrigatoriedade desse distanciamento. Os agentes usam gravação em alto falante e abordam os pescadores com orientações importantes sobre o isolamento social.

A maioria dos frequentadores é de moradores da Ilha do Governador. Alguns usam vara com molinete, e poucos tentam a pesca com tarrafa.