Opinião

Opinião - José Richard


09/07/2021 - Edição 2049

O Polo Cultural da Ilha do Governador completou em junho cinco anos de atividades, e uma das comemorações foi a realização do Concurso de Poesias, cujo tema foi o próprio Polo. Fundado em 1º de abril de 2016 por Gilberto D’Alma e Marcelo Mendes, o coletivo, como costumam denominar a entidade, resiste corajosamente durante a pandemia e se reinventa a cada dia. 

O uso das plataformas digitais mantem o grupo unido, e quem gosta de cultura ficou atento às novidades interativas, seja em forma de poesia, música, oficinas culturais, teatro, desenho ou pintura, além de outras atividades do mundo das artes. 

O Polo Cultural também têm como mérito, e é importante registrar, cultuar a lembrança da saudosa dramaturga, diretora teatral e autora de peças Elbe de Hollanda – entre outras atividades culturais –, que ainda é a maior referência na área da cultura da região. Elbe foi uma insulana fora da curva e agasalhou uma geração de novos artistas. Essa raiz, lembrada em todas as ocasiões importantes do Polo Cultural, proporciona um selo de autenticidade e pureza dos eventos promovidos pela entidade nesses seus cinco anos. 

Aliás, Tia Elbe merece uma estátua na Praça Stuart Angel que fica em frente à casa onde morava. A homenagem seria justa e poderia ser estendida para o nome de uma rua ou praça. Pessoas como ela são eternas e seu legado influenciou muita gente que precisa ser lembrada e imitada. 

Fui jurado no Concurso de Poesias e me vi declamando mentalmente as 19 obras finalistas, cujos conteúdos são de qualidade e revelam grandes poetas na região. A vencedora do concurso foi a insulana Vera Lúcia Bulhões Góes Bastos, ou simplesmente, como ela prefere, Vera Bastos, com a poesia intitulada Resistenciartear. 

Minha reverência aos coordenadores e a todos artistas participantes das atividades do nosso Polo, pela determinação em manter vivo o movimento cultural da Ilha do Governador, em tempos tão complicados.