Opinião - José Richard

Temos que reconhecer que é inestimável o serviço que realizam as kombis do sistema de transporte público destinado a deslocar moradores que moram na parte alta das comunidades. Essas kombis são chamadas de cabritinhos, referência ao animal forte e valente acostumado a viver em terrenos íngremes. Além de enfrentar ladeiras o veículo precisa ter força e agilidade para circular por ruas estreitas, difíceis de manobrar e por curvas acentuadas. Diferente das vans, tem tração traseira que garante mais segurança em ladeiras. Enfim, os cabritinhos precisam principalmente de bons motoristas para tornar as viagens mais seguras e confortáveis.

Imagina nos tempos que eles não existiam. O deslocamento de um morador de uma dessas partes altas que estivesse com uma perna quebrada, por exemplo, ou alguém muito obeso, ou ainda num dia de chuvas fortes, devia ser uma tortura para os moradores. Portanto, faço questão de destacar que o serviço dos cabritinhos são essenciais para a população, embora muita gente ainda não saiba disso.

Novas regras aprovadas pela prefeitura na semana passada vão possibilitar que mais kombis possam integrar o sistema de cabritinhos, fato que certamente vai viabilizar mais desses veículos nas linhas e os usuários vão ganhar tempo, afinal, mais kombis significam menor tempo entre cada viagem e mais conforto para os usuários. Melhor ainda: mais motoristas trabalhando.

Segundo o insulano Thiago Sales Delfino, que preside a associação que representa os cabritinhos, atualmente são cerca de 85 kombis que funcionam nas comunidades da Ilha. Com as novas regras, agora todos esses veículos terão que passar por duas vistorias anuais, garantindo mais segurança aos passageiros. Diversos cabritinhos já aceitam o RioCard e a cada dia se tornam mais indispensáveis na vida dos insulanos. Os cabritinhos completam o sistema publico urbano de transporte, levando para casa o passageiro que mora distante das vias principais.