Opinião - José Richard

Na pauta da equipe do novo prefeito do Rio, que será eleito no segundo turno marcado para o domingo, dia 29, deveria estar como prioridade, para ações já nos primeiros dias de mandato, a questão da mobilidade urbana na Ilha do Governador. É urgente e necessária a reestruturação do sistema público de transporte cujos problemas se acumulam e trazem muito desconforto e sofrimento para a população que precisa se deslocar na Ilha do Governador, ou para fora dela.

Para focar apenas na questão do péssimo transporte marítimo, cujo embrólio da concessão se arrasta há alguns anos e tem como protagonista a concessionária CCR Barcas, empresa que já manifestou publicamente, e por diversas vezes, a intenção de devolver a responsabilidade do transporte de passageiros entre a Ilha e o Centro. A justificativa da CCR é que o trecho não dá lucro, e por sua vez o governo estadual não aceita de volta a responsabilidade, obrigando a CCR manter o serviço. Pelo jeito de qualquer maneira.

É provável que, continuando nessas condições o transporte marítimo piore por absoluta falta de interesse dos envolvidos em resolver. As barcas deveriam ser a melhor opção de transporte para grande parte da população que se dirige principalmente ao Centro da cidade. Além de proporcionar viagens mais agradáveis e rápidas, as embarcações não enfrentam riscos de congestionamento na Estrada do Galeão e Linha Vermelha, entre outras vantagens, como a insegurança que reina em nossas vias.

Acho importante que o município também traga para si a responsabilidade de discutir o problema e ajudar em encontrar meios que possibilitem mais horários e a integração com os ônibus. Atualmente, funcionam de segunda à sexta apenas três viagens de ida e outras três de volta em horários que não atendem a maioria dos passageiros.

Como o sistema de transporte na Ilha atravessa um mau momento e está desorganizado, a maioria dos passageiros não encontram motivos que justifiquem usar as barcas. Pede-se ao novo prefeito para se intrometer na questão do transporte de passageiros por via marítima por sua importância e utilidade para milhares de insulanos.

Quando o sistema voltar a funcionar bem, as embarcações poderiam ser utilizadas para passeios turísticos pela Baía de Guanabara, aos finais de semana.