Opinião

Opinião - José Richard

Precisamos ficar atentos e não concordar com a existência de grupos de baloeiros em nosso território


Por José Richard

24/07/2020 - Edição 1999

É inacreditável, mas no início desta semana, cerca de trinta homens, invadiram área restrita do Aeroporto Internacional Tom Jobim com o objetivo de resgatar um balão gigantesco, com mais de 18 metros, que caiu em uma das pistas para aviões. Diversos carros, motos e até uma embarcação faziam parte do aparato logístico de um estranho grupo que foi rechaçado por equipes de segurança do aeroporto e da Polícia Federal que agiram rápido e chegaram a trocar tiros com os baloeiros.

Considerada uma ação criminosa, soltar balões implica em potencializar consequências imprevisíveis, sobretudo em áreas perto de aeroportos e de refinarias de combustíveis, como a Reduc, indústria instalada na cidade vizinha de Duque de Caxias, a poucos quilômetros do aeroporto. Na noite de segunda-feira (20) passada, a irresponsabilidade desse grupo poderia ter gerado uma tragédia com graves consequências tanto para alguma aeronave, passageiros e tripulantes quanto para os moradores das regiões próximas.

Um troféu e o prêmio de 5 mil reais oferecido para quem resgatasse o balão, motivou a ação do grupo de bandoleiros, a maioria deles armados, segundo a polícia. Dois deles foram presos e vão responder por organização criminosa. Os demais conseguiram fugir protegidos pela escuridão.

Conhecer ações de baloeiros e não denunciar essas atividades pode significar cumplicidade criminal. É preciso que a população comunique às autoridades qualquer o movimento de baloeiros, não apenas porque é um crime, mas sobretudo pela tragédia que esses balões podem provocar ao se chocarem com algum avião. E isso é uma terrível probabilidade real. Quando os balões simplesmente caem, muitas vezes acabam provocando incêndios, destruindo residências e empresas, além de causarem vítimas e prejuízos.

Nós, moradores da Ilha do Governador, precisamos ficar atentos e não concordar com a existência de grupos associados a essa ilegalidade em nosso território. Nos céus da Ilha, e sob as cabeças das nossas famílias centenas de aviões se movimentam diariamente durante operações de pousos e decolagens no Tom Jobim. Essa realidade nos torna a população mais vulnerável da cidade para uma tragédia envolvendo balões. Fique ligado!