Opinião - José Richard

Volto a afirmar que a Ilha do Governador precisa ter um tratamento diferente por parte das autoridades públicas nas três esferas do poder. A Ilha é uma região cujas características geográficas de estar isolada do continente e cercada de água por todos os lados lhe faz naturalmente mais charmosa e bela. Devia ser um paraíso nos tempos da monarquia e parece que encantava Pedro I, que visitava a região seguidamente.

Administrativamente vivemos num território independente e possuímos uma orla que seria ainda melhor se as águas da Baía de Guanabara não fossem vistas, exageradamente por alguns, mas com certa dose de razão, como o esgoto das cidades ribeirinhas cujos rios despejam nela a podridão orgânica contaminada e os restos de impurezas químicas das suas indústrias que sujam as águas e contaminam toda a fauna e flora que ainda resiste viver nessas águas calmas mas perigosas para a saúde.

Diante de muitos descasos com a população insulana e a absoluta falta de compaixão e responsabilidade com políticas públicas sérias, como é o caso do inexplicável fracasso do nosso sistema de mobilidade urbana, ressurgem idealistas que querem discutir a emancipação da Ilha do Governador, para obterem forças para mudar.

Acho legítimo o tema. Debater ideias e buscar mudanças são ingredientes necessários para o surgimento de lideranças e propostas inovadoras cujas ações devem ser sérias e com argumentos robustos para resistir ao contraditório daqueles que não querem mudanças.

A Ilha do Governador precisa se transformar numa região modelo para o Rio de Janeiro e próspera para os seus habitantes. Discutir a emancipação política pode ser o começo.