Opinião - José Richard

Tem muita gente que acha que o nosso modo de vida não será mais o mesmo após a pandemia do Covid-19, e acho que ela tem razão. Estaremos mais velhos e assustados com a possibilidade de acontecer uma outra onda do coronavírus ou de uma nova doença que atinja o planeta e provoque a necessidade de uma nova quarentena. A verdade é que embora a humanidade viva mais tempo nos tornamos mais frágeis pelas violentas agressões ao planeta.

Rios e mares estão poluídos por organismos microscópicos letais, além de embalagens de plásticos e de outros materiais flutuantes que formam verdadeiras ilhas de lixo nos oceanos. São apenas dois exemplos preocupantes que podem gerar consequência muito graves. Aqui na orla da Ilha do Governador, por exemplo, além dos sofás, partes humanas e muita sujeira orgânica e química surgem nas orlas como provas irrefutáveis da irresponsabilidade de alguns.

Recentemente um grupo de pesquisadores da UFRJ declarou que num lugar perto da Ilha do Fundão, as águas da Baía de Guanabara se transformaram em um verdadeiro caldo de bactérias. Disseram isso e nada aconteceu, embora a terrível constatação exigisse medidas drásticas para não se alastrar.

Por isso acho que a volta ao novo normal exige ações urgentes e profundas dos governos e das escolas para aplicarem processos rigorosos para educar essa população de porcos que habita nossa terra, além de ações e medidas para restabelecer empregos e o funcionamento a todo vapor das empresas para movimentar a economia. Entretanto essa questão dos cuidados com a saúde dos seres humanos é questão prioritária. Sem saúde não temos como estudar e trabalhar e o leito do hospital não pode ser o nosso medo de amanhã.

Ou, o novo normal, vai ser andar de costas nas ruas?