Opinião

Opinião - José Richard

Mundo precisa de uma nova ordem: aquela que dê prioridade absoluta à saúde


Por José Richard

24/04/2020 - Edição 1986

O mundo concentrou muito mais investimentos em tecnologia e menos em saúde // Foto: Secom/Governo do Estado do Pará
O mundo concentrou muito mais investimentos em tecnologia e menos em saúde // Foto: Secom/Governo do Estado do Pará

É complicado e triste para todos nós enfrentarmos, ao mesmo tempo, duas crises sérias como a do coronavírus e a das divergências políticas internas entre os poderes executivo, legislativo e judiciário do nosso país.

Não acho que seja momento de disputar espaços nem de colocar fermento nas vaidades pessoais, considerando que a tragédia que o coronavírus está causando ao planeta só é comparável à gripe espanhola que em 1918 fez mais de 50 milhões de vítimas fatais. Atualmente, as notícias que chegam diariamente da Europa relatam que mesmo as grandes potenciais mundiais encontram dificuldades para dominar o avanço da doença que já contaminou mais de 2 milhões de pessoas e provocou a morte, até o momento, de cerca de 180 mil pessoas. E o mundo continua perplexo.

A culpa desse mal ter chegado de improviso foi a incapacidade de percepção de que o mundo, no último século, concentrou muito mais investimentos em tecnologia e menos em saúde. Então é óbvio a incompetência dos melhores laboratórios de pesquisa científica do mundo para descobrir e testar rapidamente uma vacina que nos deixe imunes ao Covid-19 e seja capaz de poupar centenas de milhares de habitantes do planeta.

Os remédios e tratamentos contra outras doenças como, por exemplo, o câncer, poderiam estar mais adiantadas e poupando da morte milhões de pessoas todos os anos, se a sensibilidade dos grandes líderes e gestores de países entendesse que nada tem mais valor do que a saúde e a vida. Aliás, como disse o padre Olavo Breem: “agora nesta altura da pandemia, o poder não tem tanto valor, e o dinheiro não tem tanto poder.” Dependemos, como nunca, de Deus.

É preciso uma trégua nas divergências dos líderes brasileiros. É oportuno concentrar em ações para combater a pandemia e evitar o sofrimento da população. Enquanto o mundo precisa de uma nova ordem, simples. Aquela que dê prioridade absoluta à saúde.