10/10/2025 - Edição 2271
Muitos leitores do Ilha Notícias escrevem para a coluna Boca no Trombone denunciando podas exageradas em árvores de algumas ruas da região. É importante uma reflexão e fazer soar um alerta sobre como tratar essas aliadas silenciosas da vida. Pois, além de embelezarem as cidades, purificam o ar, reduzem a temperatura, abrigam pássaros e equilibram o clima.
Em tempos preocupantes de aquecimento global, cada árvore é um respiro para o planeta e os cortes intempestivos precisam ser evitados de modo a garantir o processo de recuperação do meio ambiente. É necessário, simultaneamente, sensibilidade para garantir melhores condições de vida à população, sem comprometer a funcionalidade dos espaços urbanos, como as calçadas.
Porém, o que se deve exigir e fiscalizar é o bom senso e planejamento na execução desses trabalhos de poda, que não podem ser executais por pessoas simplesmente incomodados com as folhas que caem na sua calçada.
Infelizmente, ainda se vê, com frequência, podas radicais, verdadeiros cortes mortais que mutilam o tronco e condenam árvores à morte lenta — um verdadeiro crime ambiental e paisagístico.
A poda racional é o caminho do equilíbrio. Ela deve ser feita respeitando a vitalidade da planta e as características de cada espécie. Algumas vezes a retirada se faz realmente necessária — por risco, doença ou incompatibilidade urbana.
Mas sou radical, no limite do bom senso, para preservar árvores. E considero que preservá-las é preservar o bem-estar coletivo. Elas não são obstáculos ao progresso, mas elementos vivos cada dia mais necessários e essenciais para garantir um modo de vida mais saudável e sustentável, para todos nós e ao planeta.
A Ilha precisa das árvores nas ruas nos parques e nas matas – matas que ainda temos em abundância nas áreas militares sediadas na região -, tanto quanto nós precisamos de ar puro e renovável. E o futuro da humanidade depende bastante da nossa capacidade de harmonizar natureza e urbanismo com inteligência e sensibilidade.