Opinião – José Richard

A população da Ilha do Governador convive, diariamente, com uma contradição que beira o absurdo e paga caro por um serviço essencial que, na prática, chega de forma imprevisível nas residências dos insulanos. A concessionária Águas do Rio, responsável pelo abastecimento de água e tratamento de esgoto na região, coleciona reclamações dos moradores, que denunciam a ineficiência e o descaso da empresa diante de problemas recorrentes.

De um lado, famílias enfrentam instabilidade no fornecimento de água, muitas vezes passando dias sem o abastecimento adequado. De outro, não é raro ver pelas ruas da Ilha vazamentos de água potável sendo desperdiçada, que demoram a ser reparados. Essa falta de agilidade não só agrava o desperdício de um recurso vital como expõe a população ao risco de desabastecimento, tornando a situação ainda mais revoltante.

Se a água limpa que escorre pelas ruas já causa indignação, os vazamentos de esgoto elevam a situação a um nível insustentável. Poças de dejetos se formam em algumas ruas, exalando mau cheiro, atraindo insetos e colocando em risco a saúde dos moradores. O contraste é alarmante. Enquanto a empresa se mostra lenta e ineficaz para sanar esses problemas, a conta mensal chega pontualmente, com valores elevados, mesmo para quem recebe água turva na torneira.

O que se vê na Ilha do Governador é um retrato do desrespeito com o consumidor. A concessionária, que deveria zelar pela qualidade de um serviço essencial, falha em garantir o mínimo, que é o abastecimento permanente com água potável e limpa. Além disso é muito ineficiente para resolver vazamentos, causando sérios transtornos e prejuízos a todos.

Resta aos insulanos lamentar a sensação de estar refém de uma concessionária cuja prioridade parece não ser, absolutamente, servir a população. Mas, ao contrário, é marcada pelos moradores por sua ineficiência nos serviços de um bem indispensável à vida. O que os insulanos exigem não são favores, mas direitos básicos: água limpa nas torneiras e esgoto tratado.