Opinião - José Richard

Com o calor acima da normalidade histórica em muitos lugares, a população insulana precisa estar preparada para enfrentar nas próximas semanas, e durante todo o verão, uma consequência preocupante que é a previsível falta d’água. 

Durante este ano, por diversas vezes, o Ilha Notícias publicou matérias com críticas de moradores de diversos bairros da região denunciando problemas no abastecimento. A eventual falta de água não é uma anormalidade exclusiva da Ilha do Governador. Mas na nossa região a normalização costuma ser demorada sobretudo pela quantidade de partes altas. Portanto, é relevante considerar providências e a preparação para as prováveis crises de abastecimento que devem acontecer nos próximos meses provocadas pelo aumento da temperatura, ocasião em que o consumo aumenta muito. 

Além do calor, o fornecimento de água está sujeito às indispensáveis e obrigatórias paralizações para manutenção dos equipamentos ou das possíveis contaminações dos mananciais que abastecem a Estação de Tratamento de Água do Guandu. Nela são tratados mais de 3,5 bilhões de litros cuja metade é distribuída para a cidade e também para a Ilha, através da elevatória do Lameirão numa complexa e gigantesca operação de engenharia de ponta. 

Embora os esforços dos especialistas e da eficiência dos equipamentos, o fornecimento de água para grande parte da cidade é sensível não somente ao calor que naturalmente aumenta a demanda, mas a problemas naturais como aos níveis críticos de poluição do Rio Guandu. É preciso que a população poupe e crie reservatórios para enfrentar essa crise.  

O calor também prejudica o fornecimento normal de eletricidade e os apagões já começaram devido ao aumento do uso de aparelhos de ar condicionado e ventiladores. É preciso lembrar que cada apagão também paralisa os sistemas de abastecimento de água, prejudicando o comércio e prédios residenciais. 

Portanto, é preciso estarmos atentos para enfrentar essa grave situação durante a fase de extremo calor que atualmente atinge todo o país e que pode prejudicar todas as atividades empresariais e humanas.