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Opinião - José Richard


15/07/2022 - Edição 2102

Como insulanos temos alguns desafios fantásticos para tornar a Ilha do Governador uma região de forte desenvolvimento e garantir mais qualidade de vida aos seus quase 300 mil habitantes. 

Acho que o potencial da localização geográfica no meio da Baía de Guanabara é um diferencial que coloca a região em situação privilegiada para ampliar espaços, estimular a criação de novas empresas, sobretudo aquelas com atuação na área marítima. Os impactos positivos para o desenvolvimento gerados por empresas proprietárias ou operadoras de embarcações para transporte de passageiros e de cargas poderiam ser vetores estratégicos e fundamentais na logística entre as cidades que margeiam as água da Baia de Guanabara. 

A criação de mais píeres e cais de atração nas cinco cidades no entorno da baía é um movimento que pode propulsionar a indústria náutica para atender demandas de serviços e de lazer. É um primeiro e pequeno passo. E não é o caso de colocar a carroça na frente dos bois, mas materializar gestos e adquirir confiança para investimentos pesados para o uso popular das embarcações para o lazer e principalmente para a geração de rotas de distribuição de produtos e transporte de passageiros entre Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Magé, São Gonçalo e Niterói. As expectativas reais sobre o uso de gigantescas plataformas de atividades na baía podem potencializar negócios, além de milhares emprego e obter todas as vantagens que a agilidade na locomoção aquática em águas tranquilas proporciona. 

Embora importante, deixo de lado agora, a discussão sobre os graves problemas da poluição da Baía de Guanabara, por entender que essa é uma questão que os governos têm a obrigação de resolver, independente de uma baía com milhares de embarcações circulando parta todos os lados, transportando progresso e encurtando caminhos, além de proporcionar turismo pelas magníficas paisagens ao redor das águas da Baía de Guanabara. 

A cidade do Rio de Janeiro precisa, de modo acelerado, criar um plano estratégico específico para a Ilha do Governador. A região, inexplicavelmente ainda não é reconhecida pelas suas potencialidades, embora tenha em seu território o segundo maior aeroporto do país – que enfrenta graves problemas devido às sequelas da pandemia –, além de um dos maiores estaleiros do Brasil (Eisa) – paralisado há cerca de seis anos –, e de outras atividades gigantes para o desenvolvimento como Shell e Exxon, entre outras, que são joias preciosas – todas sufocadas pela inércia de planos sérios para garantir a transformação da região num verdadeiro polo de desenvolvimento estratégico para o próprio Estado do Rio de Janeiro.