Opinião

Opinião - José Richard


03/06/2022 - Edição 2096

Enquanto passam os dias até que um novo concessionário possa assumir de modo motivado a gestão do Aeroporto Tom Jobim, a sensação é de que o as atividades aeroportuárias e comerciais do Galeão sofram um natural desgaste pela inércia de improváveis novas iniciativas e projetos de desenvolvimento. 

Um exemplo é o abandono a que foi colocado o Terminal 1, hoje praticamente sem atividades e projetos para o futuro. O tempo e a falta de uso estão deteriorando infraestrutura das instalações de água e luz, e equipamentos, como os elevadores e outros sistemas que se tornam obsoletos e cuja manutenção passa a não compensar gerando prejuízos no imobilizado de modo geral.  Se o prédio do Terminal 1 não pode ser aproveitado para hotel, quem sabe um shopping ou um complexo de educação poderia ocupar os imensos espaços. Mas nunca ser condenado ao abandonado. 

O processo de concessão do Galeão precisa ser priorizado para garantir velocidade e evitar a degradação. O crescimento dos dois mais importantes aeroportos da cidade – Santos Dumont e Tom Jobim – interessa à cidade e deveriam ser colocados para leilão num pacote único de modo que o gestor seja o mesmo para os dois de modo a evitar o desequilíbrio e luta de interesses sazonais.  

Inicialmente as autoridades pretendiam levar a leilão apenas o Santos Dumont, e acenavam com diversas vantagens para desenvolvimento dos negócios para atrair mais empresas aéreas, como aumento da pista – entre outras – para viabilizar voos de aviões maiores. Essas ações ameaçavam o Tom Jobim e fragilizaram o aeroporto que, pela falta de voos, tornou-se interessante para viabilizar corridas automobilísticas, como foi a da categoria Stock Car, realizada em abril, na melhor pista de pousos e decolagens do Brasil. A corrida foi legal, mas a depreciação do nosso aeroporto gigantesca.  

Precisamos dos dois aeroportos fortes e com suas vocações estimuladas.