Opinião

Opinião - José Richard


26/11/2021 - Edição 2069

É inaceitável a benevolência do município com as empresas de ônibus concessionárias – Ideal e Paranapuan – que exploram as linhas que deveriam servir aos passageiros que trabalham no aeroporto. Tornou-se um verdadeiro sacrifício diário o deslocamento para chegar ao trabalho e depois voltar para casa, no complexo aeroviário Tom Jobim. 

O abandono do Terminal 1 e a forte ampliação do Terminal 2 deslocaram serviços e companhias aéreas para o novo terminal que ficou funcional e concentrou todas as ações de empresas e serviços. Com a pandemia os problemas aumentaram e a RIOgaleão foi forçada a encolher atividades, como número de voos e só permitir o uso de uma das pistas para pousos e descolagens por absoluta inexistência de movimentação que justificasse e, sobretudo por economia. 

O aeroporto sofre desde março do ano passado. Agora se recupera, enquanto luta com o aeroporto Santos Dumont pela soberania do transporte aéreo mais rentável do estado. A questão do preço do combustível já foi resolvido e agora a competição com voos internacionais depende de competência de gestão, afinal, para os turistas, o Rio é o destino nacional preferido e a união de esforços no projeto aeroviário carioca precisa acabar com visões caolhas. A cidade precisa conquistar a posição de maior hub aeroviário nacional, tanto no transporte de passageiros como de cargas. Essa a luta! 

Penso que agora é necessário um conjunto de ações estratégicas e inteligentes que devem atropelar mesquinharias de interesses transitórios e de grupos. Um problema grave e simples que é o transporte dos trabalhadores até o aeroporto –pessoas que também sofreram com a pandemia e hoje são submetidos a dificuldades desumanas no transportes públicos para ir trabalhar. É hora da concessionária demonstrar que preza pelos cidadãos que fazem funcionar esse gigante chamado Tom Jobim. A RIOgaleão precisa dar prioridade para um dos alicerces mais importantes de qualquer gestão que é o trabalhador, começando pelos mais modestos que operam no Tom Jobim. 

Linhas de ônibus que funcionem e levem os trabalhadores para embarcar e desembarcar no Terminal 2, onde ficam suas empresas seria um sinal muito positivo e uma energia boa para todos. A construção da ponte sem veículos do BRT até o aeroporto é um monumento de estratégias erradas. Querem repetir erros, ou vamos cuidar da nossa gente e prosperar?