23/08/2019 - Edição 1951
É inacreditável, mas outra parte humana surgiu nas águas da Baía de Guanabara esta semana. Uma perna foi trazida pelas correntezas até a orla do Quebra Coco para espanto dos moradores. A polícia foi acionada, mas a correnteza mudou de direção e arrastou rapidamente a perna para os lados do Fundão, desaparecendo sem que os agentes pudessem fazer a retirada das águas.
O fato inédito no Quebra Coco, mas comum na Praia da Bica, onde diversas partes humanas já chegaram na praia, deixou um grupo de moradores horrorizado. Ninguém pode imaginar que partes humanas esquartejadas criminosamente possam fazer parte da rotina e deixe de ser registrado como pesar porque não é mais novidade e passou a fazer parte da paisagem. Nunca!
É preciso que esse quadro de horror deixe de acontecer e a polícia seja capacitada para evitar que a Baía de Guanabara continue a ser um local para desova de cadáveres e partes humanas. Além de funestas e absurdas, essas cenas nos tornam menores e com o sentimento de meros coadjuvantes mudos e imprestáveis para reagir.
Uma perna humana trazida pela correnteza deveria ser um escândalo que deixasse as autoridades policiais e da Marinha em estado de alerta. Que banalização é essa que estamos vivemos e nos acostumando? Não importa se a vítima era um criminoso ou inocente, mas trata-se do corpo de um indivíduo, cuja morte não deve ter sido muito boa. E não tem essa de supor se foi merecida ou não, nada justifica uma punição fora da lei, principalmente esquartejando um indivíduo.
Suspeito que desse modo, sem recuperar a sensibilidade, vamos rapidamente voltar ao tempo dos bárbaros.
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