Opinião - José Richard

Ele era meu amigo e a vida lhe foi tirada repentinamente.

O empresário José Carlos de Matos Silva foi morto no início da noite da última sexta feira por um assassino cruel que agiu de modo covarde tirando a vida de um homem pego de surpresa quando ia para casa. O motivo do assassino foi roubar o dinheiro que Carlos levava na bolsa, provavelmente o valor das vendas pelo dia de trabalho na sua papelaria.

O fato entristeceu muito a população da Ilha do Governador, que no início da noite da última sexta-feira foi surpreendida com a notícia dessa ação criminosa contra um cidadão cuja vida era praticamente toda dedicada apenas ao trabalho. Era um sujeito antenado e sabia dos bastidores das atividades do comércio da Ilha. Era esperto. Soube por ele algumas novidades que publicamos no Ilha Notícias.

Aos feriados e muitos finais de semana, a Toca da Ilha abria as portas para servir aos clientes, e lá estava o Carlos, sério, mas de bom humor, dando opiniões fortes para quem quisesse ouvir. Era um homem bom e há muito tempo um amigo. Sofria com uma doença nas pernas que lhe custou recentemente a internação hospitalar por várias semanas. Se não cuidava muito da saúde, não relaxava no trabalho e sua loja sempre estava entulhada de novidades, materiais de escritório e fantasias para cada época do ano.

Durante as festas de halloween, além das fantasias de bruxas e monstros nas vitrines, costumava comprar um bolo gigante que colocava em frente da sua loja, e junto com os funcionários se divertia oferecendo fatias a quem passava pela calçada. Era um bom marqueteiro.

Nos últimos tempos vivia meio triste pela morte prematura da mãe que era seu braço direito na loja. Vi lágrimas de saudades nos seus olhos. Agora com muita tristeza o vazio ficou maior.