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Obras da Light revoltam motoristas

Sair da Ilha em horário de rush virou um grande desafio para os insulanos


11/04/2025 - Edição 2245

Caminhão da obra obstruí a Estrada do Galeão, sentido saída da Ilha, às 10h
Caminhão da obra obstruí a Estrada do Galeão, sentido saída da Ilha, às 10h

A paciência dos motoristas insulanos chegou ao fim. As obras da Light na Estrada do Galeão, entre a Praça do Avião e o acesso à Avenida 20 de Janeiro, têm provocado uma verdadeira crise de mobilidade na região e estão gerando uma enorme revolta. Os insulanos, que já enfrentam dificuldades históricas para sair da Ilha, agora convivem diariamente com congestionamentos que em alguns dias se arrastam até o Moneró, especialmente durante o horário de pico.

Nesta semana, o jornal Ilha Notícias flagrou que por diversas vezes durante o dia, a Estrada do Galeão fica por longos minutos completamente fechada. Isso porque, independente do horário ou o impacto que pode causar, os trabalhadores descarregam materiais de caminhões, que são estacionados de maneira transversal em toda extensão da pista da via.

– Teve um dia que saí de casa 6h10 da manhã e chego no Fundão quase 8h. E inaceitável. Isso não é obra, é uma tortura para quem trabalha cedo – desabafa o motorista de aplicativo Marcos Amaral, que mora no Tauá.

A indignação cresce ainda mais entre os usuários do transporte público. "A gente entra no ônibus já espremido, e a viagem até o Centro parece uma eternidade. No calor, então, é um sofrimento dobrado". relata a auxiliar de serviços gerais, Mylena Barreto.

As obras, segundo a Light, são parte de uma etapa de modernização da rede elétrica da Ilha, com instalação de novos cabos subterrâneos e subaquáticos sob a Baía de Guanabara, ao que intitulam como 5ª fase. A promessa é de um sistema mais seguro e robusto. Contudo, a sen-sação entre os moradores é de descaso e falta de planejamento.

– A gente entende que as obras são importantes, mas por que não fazem à noite ou nos fins de semana? Eles preferem economizar do que pensar na nossa qualidade de vida – questiona João Pedro Santos, comerciante do Jardim Carioca. Segundo ele, a ausência de trabalho noturno mostra que "ninguém se importa com o impacto causado".

O Centro de Operações da Prefeitura, em resposta às críticas, instalou uma faixa reversível no trecho mais crítico, em frente à Praça do Avião, com funcionamento de segunda a sexta, entre 6h e 9h da manhã.

Com previsão de conclusão apenas em junho, os moradores seguem à mercê dos atrasos, da lentidão e do desconforto. E a pergunta que ecoa em cada buzina e freada no engarrafamento é uma só: até quando a Ilha vai pagar esse preço?