Nova rota de aviões incomoda moradores

Os insulanos que residem nas partes mais altas do Jardim Guanabara, Jardim Carioca, Cacuia, Pitangueiras e Praia da Bandeira reclamam do intenso barulho, cada vez mais frequente, provocado pelas turbinas dos aviões que cruzam os céus desses bairros. O motivo deste transtorno deve-se a uma medida da concessionária do Aeroporto Tom Jobim, a RIOgaleão, que fechou uma das duas pistas de pousos e decolagens.

O ruído das aeronaves tira o sossego de muitos insulanos, sobretudo aqueles que por causa da pandemia adotaram a prática home office. É o caso do analista de marketing, Andrei Neto, morador do Jardim Guanabara. Ele diz que por diversas vezes passou pelo constrangimento de ter que interromper reuniões virtuais da empresa em virtude do barulho dos aviões que agora passam pelos céus da sua casa.

— É uma situação chata, que incomoda e se torna cada vez mais constante. Eu tenho notado que isto é uma mudança recente, porque moro na mesma casa há mais de uma década e nunca tive esse desconforto. Você perde completamente o raciocínio, o que é terrível para mim que trabalho fazendo ligações comerciais — argumenta Andrei.

O Aeroporto do Galeão possui duas pistas que normalmente são utilizadas para pousos e decolagens alternadamente de acordo com a direção dos ventos: 10-28 e 15-33. É o fechamento da pista 10-28, que provoca a mudança da rota e o barulho das decolagens interfere diretamente nos bairros citados acima.

A pista em funcionamento é a 15-33, que fica entre a Área de Apoio e a Base Aérea do Galeão. O problemadesta pista para os insulanos é que ao decolar, o piloto necessariamente precisa virar à esquerda para não interferir no tráfego aéreo do Aeroporto Santos Dumont. Esta manobra faz com que o avião passe sobre grande parte do território da Ilha ainda ganhando altitude e velocidade.

A RIOgaleão não confirma oficialmente, mas o jornal Ilha Notícias apurou que o principal motivo para o fechamento da pista 10-28 é econômica devido a redução na oferta de voos durante a pandemia. Embora nos últimos quatro meses o número de voos tenha aumentado não há previsão para reabertura da outra pista. Em nota oficial, a concessionária limitou-se a dizer que as operações realizadas no aeroporto atualmente estão em conformidade com a legislação vigente e que no monitoramento de ruído aeronáutico, realizado periodicamente no entorno do aeroporto, não foram identificados desvios de padrões.