Ney quer União da Ilha ainda mais forte

Os 70 anos de existência completadas na última semana marcam a grande trajetória da União da Ilha, escola de samba que está no coração de todos insulanos. Comandando a entidade está o presidente Ney Filardi. Em entrevista ao Ilha Notícias em sua casa, Ney ressalta as dificuldades financeiras encontradas para a realização dos últimos carnavais, mas garante que não faltam esforços para devolver a escola ao lugar que jamais deveria ter saído, o Grupo Especial.  

Em 2023 com um enredo em homenagem à escola madrinha Portela, a União da Ilha mostrou sua força com um belo desfile, mas pecou em alguns quesitos, como samba-enredo e fantasia que lhe custaram mais um ano na Série Ouro. Na opinião do presidente Ney Filardi, as verbas condicionadas à escola pela subvenção da prefeitura e a cota televisa chegaram em cima da hora, faltando 39 dias para o desfile, o que gerou uma grande corrida contra o relógio para conseguir confeccionar as fantasias. 

— Foi preciso correr contra o tempo e neste ponto agradeço de joelhos minha comunidade. Esse ano vimos a importância de estarmos unidos. Nossos componentes arregaçaram as mangas mostrando um grande amor pela escola. Esses são os verdadeiros insulanos. Com pouco dinheiro e espaço curto de tempo, fizemos acontecer. Uma pena a ala sem chapéu, não poderia jamais ter acontecido — disse o presidente Ney Filardi. 

Para 2024, o presidente pretende fazer algumas mudanças pontuais, mas o carnavalesco Cahê Rodrigues, o mestre de bateria, Marcelo Santos, que recuperou a nota máxima e o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Thiago Mendonça e Amanda Poblete vão continuar. A grande mudança fica por conta da saída do intérprete Igor e a chegada do Nêgo, dono de cinco estandartes. 

— Para o ano que vem tenho o desejo de fazer um carnaval com um enredo alegre, cultural e uma história bem contada, que gere um excelente samba. Quero resgatar ainda mais a característica marcante desta escola, que é a alegria. Não podemos deixar isso para traz. É claro que iremos avaliar bem todas as possibilidades, mas é o que penso. 

Ainda, de acordo com o presidente Ney, o Carnaval de 2024 será novamente bastante desafiador por conta da saúde financeira da escola, mas acredita que com ajuda da comunidade, o apoio de empresários insulanos e um pagamento regrado da subvenção e das cotas de televisão, a União chega bem e firme na luta pelo acesso.  

— Nestes 70 anos, não poderia deixar de agradecer aos nossos fundadores. Sem eles não estaríamos aqui. À frente da União sempre fiz carnavais dignos, bonitos. Nunca fui para a apuração com medo de rebaixamento. Vamos nos organizar para conseguir repetir grandes desfiles e voltar ao Especial — finaliza Ney.