Notícias

Jovem trans denuncia agressão brutal

Aurora, de 20 anos, foi vítima de espancamento após encontro por aplicativo


03/10/2025 - Edição 2270

Aurora prestou depoimento na delegacia acompanhado da madrinha e de um advogado
Aurora prestou depoimento na delegacia acompanhado da madrinha e de um advogado

A família da jovem trans insulana Aurora Celeste Santos Silva, de 20 anos, denuncia uma agressão sofrida pela estudante após marcar um encontro por aplicativo. O caso aconteceu na madrugada de sábado (27), na Barra da Tijuca, e foi registrado como estupro e lesão corporal na 37ª DP, na Ilha do Governador. 

Aurora, moradora do Jardim Guanabara, afirma que vinha conversando há três semanas com um homem identificado como Bruno, de 56 anos, em um aplicativo de relacionamentos. Na noite de sexta-feira (26), ele enviou um carro de aplicativo para buscá-la em casa e levá-la até a Barra. 

Segundo a vítima, após um encontro inicial consensual, o suspeito disse que pediria outro carro para levá-la de volta. Aurora relatou que, ao sair para aguardar, foi surpreendida por um homem que iniciou as agressões. Logo em seguida, outro se juntou, e depois o próprio Bruno também a atacou por trás. Ela foi espancada, teve o celular e pertences roubados, e acabou desmaiando após ser atingida por uma garrafada na cabeça. 

A jovem contou ainda que foi vítima de estupro e abandonada em um beco da região, ensanguentada e desorientada. Por volta das 4h da manhã, recobrou a consciência e conseguiu ajuda de uma mulher que passava pelo local. Conduzida a um ônibus, retornou à Ilha do Governador, onde foi acolhida pela mãe em estado de choque. Levado ao Hospital Evandro Freire, o caso resultou em exames e tomografia. 

De acordo com a amiga da jovem, Louise Margô Batulin, o crime foi planejado e suspeita até que outras mulheres trans podem ter sido vítimas. “Assim como ele fez com a Aurora, pode ter feito com outras meninas trans. Estamos indignadas. Isso é transfobia, racismo, tentativa de homicídio. Queremos justiça e que ele seja localizado o quanto antes”, disse. 

Aurora segue em recuperação. O corte profundo na cabeça não pôde ser suturado por risco de infecção devido ao tempo em que provavelmente o local ficou aberto até ela conseguir procurar atendimento. Além das marcas físicas, familiares relatam forte abalo emocional. 

Na terça-feira (30), a 37ªDP colheu depoimentos de Aurora e segue dando continuidade nas investigações. Nas redes sociais, amigos e familiares iniciaram campanha pedindo informações que possam levar à prisão de Bruno e dos demais envolvidos.