05/02/2021 - Edição 2027
Os moradores da Ilha seguem sofrendo com o péssimo serviço oferecido pelos Correios na região. Desde o início da pandemia, a empresa vem sendo alvo de críticas por não atender as demandas da população insulana e ainda por reduzir o corpo de funcionários e horários de atendimento. De segunda a sexta no horário comercial acontecem aglomeração de pessoas na porta das duas agências da região localizadas no Jardim Carioca e Ribeira.
Uma medida tomada na semana passada irritou os insulanos que dependem do serviço dos Correios. A agência do Jardim Carioca, responsável pela distribuição de produtos e cartas para a Ilha do Governador, anunciou que por tempo indeterminado não realizará o serviço de postagem. Ou seja, para enviar algum produto para determinada localidade, o insulano precisará procurar a agência da Ribeira, cuja estrutura é menor e não suporta a demanda acumulada das duas agências. A insulana Tais Fonseca, moradora do Cacuia, é microempreendedora e trabalha com vendas de bijuterias pela internet. Ela está indignada com esta situação que a afeta diretamente as suas atividades.
— Eu dependo dos Correios para enviar os meus produtos para fora do estado. Trabalho com a internet e minhas clientes são de todos os cantos do Brasil. Eu já estou cansada e extremamente envergonhada de ter que justificar a demora da chegada do produto. Infelizmente fico de mão atadas diante de uma situação dessas, e o pior é que ninguém se move para que a empresa entregue um serviço minimamente aceitável. Triste, bem triste — diz, desolada, Tais.
Há cinco anos, a Ilha tinha cinco agências dos Correios. À medida que as unidades foram fechando, a demanda dos serviços para a população da Ilha aumentou e as unidades não conseguem atender a quantidade de serviços da região. Outro insulano a reclamar é Otavio Luiz, de 71 anos, morador do Jardim Guanabara. Ele, que pertence ao grupo de risco da Covid-19, teve que se arriscar na fila da agência do Jardim Carioca para buscar informações sobre as faturas do cartão de crédito que não chegam mais em sua residência.
— Eu vim aqui justamente porque tenho dificuldades em mexer com os novos aplicativos e prefiro ter as minhas correspondências em mãos para avaliar os gastos. Eu não quero depender do meu neto ou dos meus filhos que entendem mais de tecnologia para fazer o que é minha obrigação, como pagar as contas. Quero que minhas correspondências voltem a ser entregues na minha casa, como sempre foi — lamenta Otavio.
Os Correios, através da assessoria de imprensa, lamentou eventuais transtornos e informam que em virtude da pandemia e para segurança de todos, como sanitização de ambientes e afastamento de empregados em grupo de risco, algumas unidades podem sofrer alterações. É o caso da agência do Jardim Carioca.
Atraso na entrega de contas e encomendas gera aglomerações