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Insulanos sofrem com a falta de ônibus

Parte da frota da Ideal está operando em outros bairros


22/07/2021 - Edição 2051

Faltam ônibus nas ruas da Ilha e na empresa não existem vagas de emprego
Faltam ônibus nas ruas da Ilha e na empresa não existem vagas de emprego

Os insulanos voltam a se queixar da demora para conseguir pegar um ônibus. A maioria das linhas de ônibus da região está com horários desregulados e isso prejudica a locomoção de milhares de pessoas para seus compromissos.  

Os moradores de bairros como Ribeira, Zumbi, Praia da Bandeira e Pitangueiras são os que mais têm sofrido nos últimos tempos com a dificuldade de conseguir ônibus. Nos últimos meses, linhas como 324, 325 e 935, operadas pela Viação Ideal; 322 e 327, da Transportes Paranapuan, reduziram a circulação nas ruas da Ilha do Governador, o que ocasiona longos períodos de espera nos pontos de ônibus e lotação nos coletivos.  

A moradora das Pitangueiras Tânia Maria, 48 anos, é uma das que sofre com a dificuldade para conseguir um coletivo. Ela trabalha no Centro de Instrução Almirante Silvio de Camargo, e três vezes na semana precisa se deslocar para o quartel dos Fuzileiros Navais, no Bananal. 

— Eu já desisti de tentar pegar ônibus, porque toda vez que eu precisava de condução ficava quase duas horas no ponto esperando. Hoje em dia eu tenho que recorrer ao Uber e gasto mais que o dobro da passagem do ônibus para me deslocar. É complicado demais — conta Tânia. 

Veículo da Ideal faz linha em Rocha Miranda

De acordo com informações da RioÔnibus, o sindicato que representa os consórcios no município, o número de passageiros pagantes caiu pela metade desde o início da pandemia. Além disso, a RioÔnibus se queixa de que os custos com combustível, peças e pneus, por exemplo, aumentaram muito nos últimos meses, enquanto a tarifa do transporte público segue congelada em R$ 4,05 por mais de 30 meses. A entidade também alega que uma parcela dos passageiros transportados são gratuidades, fato que reduz ainda mais a receita das empresas.

Diante desse cenário, diversas empresas do consórcio Internorte fecharam as portas ou reduziram a frota nas ruas, como forma de controlar os custos. Atualmente, o consórcio Internorte está operando somente com 45% da frota na cidade. Com isso, algumas das empresas do consórcio tiveram linhas realocadas para outras regiões da cidade para cobrir o espaço deixado por essas companhias em dificuldade financeira. É o caso da Ideal, que hoje opera diversas linhas de empresas como a Viação Acari, que recentemente fechou as portas após 59 anos de funcionamento.  

— Estamos usando veículos em linhas de empresas que fecharam em regime de contingência e com isso a Ideal foi muito afetada. O cenário é de dificuldades, mas estamos trabalhando para reestruturar os horários das linhas para que consigamos atender os nossos clientes da Ilha do Governador sem perder a qualidade — informou Marcelo Ferreira, gerente da Viação Ideal.