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Insulanos querem maternidade pública

Gestantes são obrigadas a sair da Ilha para os procedimentos de parto


10/06/2022 - Edição 2097

O Hospital Paulino Werneck precisa de reformas para a volta da maternidade
O Hospital Paulino Werneck precisa de reformas para a volta da maternidade

Reivindicação antiga das famílias da Ilha, a reabertura de uma maternidade pública na região ainda parece um sonho distante de ser concretizado. Desde 2013 quando o prefeito Eduardo Paes em sua segunda gestão à frente da prefeitura fechou a maternidade que funcionava no Hospital Paulino Werneck que as mamães insulanas não podem ter seus filhos em um hospital da região e precisam ser deslocar cerca de 30km para uma unidade fora da Ilha.  

A região da Ilha, tradicionalmente, sofre com um problema crônico de mobilidade e isto acaba sendo um grande risco para as grávidas que entram em trabalho de parto. Embora haja o transporte operado pela prefeitura, por meio do programa Cegonha Carioca, elas ficam à mercê da vulnerabilidade do volátil trânsito insulano e da chegada pontual da ambulância.  

— É uma situação muito ruim e tensa, você não ter a tranquilidade necessária no momento de dar à luz ao seu filho. Principalmente as mamães de primeira viagem sofrem neste momento com a incerteza se pegarão um trânsito intenso na Avenida Brasil ou na Linha Vermelha, por exemplo. Já passou da hora das autoridades resolverem esta questão que nos prometida diversas vezes, mas até agora nada — afirma a insulana Luciana Ferrereis, que em 2019 precisou da ajuda de uma viatura policial fazendo uma escolta improvisada para chegar à maternidade fora da Ilha, por conta do trânsito.  

A volta de uma maternidade pública na região é um assunto já debatido amplamente e na antiga gestão da prefeitura, inclusive, obras avaliadas em R$ 2,5 milhões com prazo final em novembro de 2020, começaram a ser realizadas no Hospital Paulino Werneck, no Cacuia, para adaptação das áreas existentes na unidade e atender cinco partos por dia, em uma média de 150 por mês.  

Quase dois anos após, o hospital não teve as intervenções concluídas e segue fechado, sem nem mesmo funcionar o Programa de Atendimento Domiciliar ao Idoso (Padi), cujo serviço era prestado aos portadores de doenças que necessitam de cuidados contínuos nas residências.  

— O que era para melhorar, piorou. Hoje não temos a maternidade que havia sido prometida e o Hospital Paulino Werneck, que já salvou tantas vidas insulanas está fechado. Triste demais — comenta a moradora do Cacuia, Paula Viana, de 26 anos. 

O jornal Ilha Notícias entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde em busca de alguns esclarecimentos quanto a reabertura de uma maternidade da Ilha e o futuro do Hospital Paulino Werneck. O órgão informou que as obras no hospital em breve serão retomadas, com a resolução das pendências jurídicas e burocráticas deixadas pela gestão anterior. Quanto ao reinicio das obras não obtivemos resposta.