Ilha registra 300 mortes por Covid-19

Chegou em 300 o número de moradores da região mortos pela Covid-19. Desde o início da pandemia, já são 2.176 casos confirmados da doença com uma taxa de recuperação que ultrapassa os 80%. Embora seja comum ver cenas de aglomerações e pessoas sem o uso das máscaras, principalmente à noite, esta semana a Ilha do Governador registrou um dos menores índices da média móvel com apenas 88 novos casos, uma diminuição de dez casos em relação a semana passada.

Para uma região que chegou a ter nos meses de abril e maio praticamente um colapso nos hospitais com o Evandro Freire chegando a funcionar com 700% a mais de sua capacidade, a queda no número de novos casos e óbitos surpreendem até mesmo os especialistas. A Ilha acompanha a evolução da capital que, no geral, considerando os últimos 14 dias, caiu 29% e 29,5% na média móvel de novos casos e mortes. O município está na Bandeira Amarela, que representa um risco baixo de contaminação.

Para se ter uma ideia, na quinta-feira (13), pela manhã, o Evandro Freire tinha apenas sete pacientes com Covid-19 internados no seu Complexo Hospitalar. O hospital, hoje, conta com 40 leitos, entre enfermaria e UTI, exclusivos para o atendimento à doença. Os motivos para a redução de casos e óbitos mesmo após o afrouxamento da quarentena, de acordo com epidemiologistas, pode ser uma possível imunização coletiva, o que leva a crer que caso haja uma segunda onda de contaminação não será tão forte.

A insulana Cristiane Sarmento é uma das pessoas que integraram o grupo de já contaminadas pela Covid-19. Ela pegou a doença do pai, que ficou internado no Evandro Freire e depois foi levado para o Souza Aguiar hospital municipal fora da Ilha onde ficou por cerca de um mês e não resistiu. Cristiane conta que teve um quadro que incluía dor nas costas, febre, dor de cabeça, diarreia, fraqueza, falta de apetite e muita tosse. Ela chegou a ir ao Hospital Ilha do Governador para ser atendida, foi medicada mas não precisou ficar internada.

— Em quinze dias eu emagreci sete quilos. Eu não tive muita escolha, não tive como me proteger, porque como meu pai estava no hospital e eu buscava acompanhá-lo para garantir o melhor atendimento, já que ele era idoso. Foram dias complicados, eu lembro que tive muita dor no pé também, mas agora já passou e estou bem. É importante que todos redobrem a atenção para as medidas de proteção, como a constante higienização e o uso de máscaras — ensina Cristiane.