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Flanelinhas coagem motoristas da Ilha a pagar estacionamento

Guardadores ilegais geram transtorno


12/02/2021 - Edição 2028

Na Estrada do Galeão é comum ver flanelinhas cobrando estacionamento até mesmo em locais onde a parada não é permitida
Na Estrada do Galeão é comum ver flanelinhas cobrando estacionamento até mesmo em locais onde a parada não é permitida

Há anos a Ilha do Governador convive com um problema crônico de falta de vagas para o estacionamento de veículos. Com poucas garagens e o crescimento da quantidade de carros nas ruas, esse é o cenário para os flanelinhas ilegais explorarem espaços nas ruas e calçadas para conseguir renda. Contudo, a atuação de alguns deles tem gerado transtorno aos motoristas da região.

O procedimento é simples. O motorista deixa o veículo estacionado, enquanto o flanelinha “dá uma olhadinha” até o proprietário voltar e pagar pelo serviço. No entanto, ao estacionar os motoristas ficam confusos, pois não sabem se estão sendo abordados por guardadores regularizados ou ilegais, já que muitos utilizam coletes de diferentes cores supostamente oficiais. Por vezes sequer entregam o ticket de estacionamento e cobram preços acima do permitido.

Um dos locais com a maior incidência de flanelinhas é na Estrada do Galeão, no trecho entre o Corpo de Bombeiros e o Posto Ilha, onde é comum os motoristas estacionarem seus veículos para compras, ida ao banco ou em busca de outros serviços na área de grande movimento comercial. No período da noite a ação continua por conta do movimento nos restaurantes do Jardim Carioca.

A principal reclamação dos motoristas é a cobrança abusiva. A auxiliar administrativa Luciana Andrade diz que muitas vezes se sentiu forçada a pagar por receio de ter o veículo danificado.

— Me sinto coagida a pagar, porque as vezes você precisa fazer uma parada bem rápida e eles já se aproximam pedindo dinheiro. Não adianta nem argumentar porque fico com medo e podem arranhar meu carro de propósito ou até mesmo fazer algo contra mim. Acabo pagando por receio de acontecer o pior — explica.

Já o engenheiro Mario Pereira conta que sempre que pode evita parar em locais onde sabe que tenha um guardador não regularizado.

— Alguns desses rapazes são muito abusados. Não te ajudam a estacionar, sequer olham seu carro, e quando você vai sair da vaga, eles aparecem cheios de marra pedindo dinheiro como se tivéssemos a obrigação de dar. Não pago. Me recuso a ceder a essa extorsão — afirma revoltado.

Segundo a prefeitura, os locais delimitados por placas do Rio Rotativo são os únicos permitidos para que guardadores de veículos possam atuar. Eles devem vender o cartão de estacionamento por R$ 2,00, que permite permanecer no local em um período de até duas horas. O ticket garante apenas a utilização do espaço público para estacionamento, nem o guardador ou a prefeitura se responsabilizam por acidentes, danos ao veículo e furtos.