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Cláudia sobreviveu ao coronavírus

O pai, o poeta Paulo George, garante que cura foi milagre de Deus


26/06/2020 - Edição 1995

Equipe médica do Hospital Samaritano onde Claudia de Fátima ficou internada
Equipe médica do Hospital Samaritano onde Claudia de Fátima ficou internada

Aflição, dúvidas, esperança, muita fé e no fim o alívio e a gratificante sensação de ter superado um inimigo invisível, potente e traiçoeiro. A história de superação da insulana Cláudia de Fátima, filha do poeta Paulo George, o Paulinho Poeta da União da Ilha, no combate à Covid-19 é um dos milagres da pandemia que serão perpetuados na história. Foram 57 dias lutando pela vida no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, onde Cláudia chegou a ser considerada a paciente mais grave da unidade, mas no fim tudo deu certo e um grupo de heróis, vestidos de branco, aplaudiram o milagre da vida.

A batalha pela vida começou no dia 1º de abril quando Cláudia sentiu os sintomas do novo coronavírus. Ela chegou ao hospital já quase sem respirar e os médicos informaram à família que os primeiros dias seriam decisivos. A doença evoluiu no organismo de forma agressiva a ponto de órgãos como os rins e o pulmão pararem de funcionar. Foram necessárias diversas sessões de hemodiálise e até a aplicação de uma técnica denominada ECMO - Oxigenação por Membrana Extracorpórea -, que funciona como um pulmão artificial.

Até a uma parada cardíaca a insulana Cláudia sobreviveu durante a internação. Ao mesmo tempo, o pai George descrevia a luta pela vida da filha nas redes sociais e pedia orações. Mesmo sem poder visitar Cláudia, ele recebia informações diárias pela equipe médica, via telefone, sobre o estado de saúde e resolveu criar um grupo de orações para que o milagre da cura se tornasse realidade. No dia 31 de maio, quando a situação da filha era gravíssima após uma hemorragia pulmonar, o poeta garante que recebeu a visita do Espírito Santo e nesse momento, em oração, chegou a derramar lágrimas de sangue na camisa.

— Cada dia que ela sobrevivia era uma vitória. Eu, que nasci no dia de Pentecostes, posso garantir que recebi a confirmação de que Deus estava ouvindo as minhas preces e viu meu sofrimento através das minhas lágrimas. Pensava muito em Dostoiévski sobre mente humana que fala de um campo de batalha onde Deus vive guerreando e nos Salmos 145, que diz para invocar a Deus com corações sinceras que ele trará a cura com prodígios, milagres e sinais. Horas depois o hospital ligou informando que a hemorragia estava estancada — conta o pai emocionado.

No início de junho ela recebeu alta com direito a um carinho imenso da equipe de profissionais, desde os médicos aos seguranças da unidade, que acompanharam de perto a sua luta e contribuíram para que ela vencesse a batalha.

Segundo Claudia, para o processo de recuperação absoluta, Cláudia teve que reaprender a respirar, comer, andar e falar novamente. Atualmente ela participa de sessões de fisioterapia e fonoaudiologia para se recuperar 100%.

— Hoje eu sou uma nova Cláudia. Aprendi muito mais a ter fé em Deus. Sou a Cláudia que tem gratidão no coração pelos médicos e por todos que me ajudaram a ter a gratificante sensação que venci. Foi um milagre! — grita Cláudia.