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Cavalos sofrem durante galopes na Ilha

Moradores denunciam tratamento cruel contra os animais


05/04/2024 - Edição 2192

Equino levado para o Centro de Zoonoses foi capturado em frente ao Hortifruti
Equino levado para o Centro de Zoonoses foi capturado em frente ao Hortifruti

A Ilha do Governador tem registrado um aumento nos casos de maus-tratos a cavalos, causando preocupação e revolta entre os insulanos. Cavalos abandonados, com ferimentos nas patas e sem ferraduras adequadas, são submetidos a condições deploráveis, sendo forçados a andar em condições exaustivas e recebendo tratamento cruel por parte de alguns indivíduos, na maioria das vezes por pura diversão.

Jovens e adolescentes, montados em cavalos, tornaram-se uma cena comum pelas ruas da Ilha, enquanto os equinos demonstram sinais de abatimento e fragilidade. Os relatos de moradores na coluna “Boca no Trombone” do Ilha Notícias têm denunciado repetidamente o descaso com a saúde e o bem-estar desses animais.

Um vídeo viralizado nas redes sociais, na quinta-feira (28), mostrou um cavalo na Estrada do Galeão, próximo a Praça do Avião, competindo em alta velocidade com motociclistas que passavam ao lado. A ação imprudente colocou em risco a vida dos participantes e outros que passavam pelo local. Policiais do 17ºBPM agiram de madrugada e prenderam dez homens e duas motocicletas. O cavalo foi acautelado e levado por órgão de proteção de animais da prefeitura.

— É desumano o que acontece com alguns cavalos. Eles são forçados, maltratados, por pura brincadeira. Como pode existir pessoas que se divertem com a dor de um animal? Não é difícil flagrarmos cenas como essa na Ilha. No Corredor Esportivo, nos Bancários, sempre vemos eles pelas ruas perdidos, desnutridos, e normalmente sendo conduzido por algum jovem inconsequente. Muito triste isso tudo — afirma a insulana Eneida Monteiro, protetora de animais.

Os cavalos são frequentemente avistados no terreno da Transpetro, na Rua Chapot Prevost, na Freguesia, onde pastam durante a noite antes de serem capturados por indivíduos que os utilizam para seu próprio entretenimento. É comum ver esses animais circulando pelas ruas dos Bancários, Estrada do Dendê, Aterro do Cocotá, Galeão, Corredor Esportivo, Tubiacanga e Parque Royal, em diferentes horários do dia.

A Constituição Federal prevê punições para os responsáveis por maus-tratos a animais, incluindo prisão de três meses a um ano, além de multas. O setor de inteligência do 17º Batalhão da Polícia Militar informou que está coordenando esforços com o Comando de Polícia Ambiental para identificar e combater os casos de maus-tratos na região. Através do canal 1746 da Prefeitura é possível também realizar denúncias.