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Casos de Covid-19 preocupam insulanos

Aglomerações persistem em frente aos bancos e maioria não faz uso de máscaras


17/04/2020 - Edição 1985

O Evandro Freire é a principal referência na região para casos de Covid-19
O Evandro Freire é a principal referência na região para casos de Covid-19

Aumentou o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus na Ilha do Governador. De acordo com o boletim divulgado às 18h de quinta-feira (16) no painel da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), há 52 casos em 13 bairros distintos da região, e cinco mortes confirmadas. Se comparado com a semana passada houve um crescimento superior a 190% de vítimas que contraíram o vírus.

Jardim Guanabara (14) e a Freguesia (12) encabeçam a lista de bairros com a maior quantidade de casos da doença, na Freguesia não foram registradas vítimas fatais. Na sequência vem a Portuguesa (6), o Jardim Carioca (4); Cacuia e Tauá (3); Galeão, Bancários e Praia da Bandeira (2); Colônia Z-10, Pitangueiras, Ribeira e Moneró (1). Os bairros do Zumbi e Cocotá são os únicos que não possuem registro de pessoas infectadas. Os óbitos foram confirmados em moradores da Portuguesa, Cacuia, Jardim Carioca, Jardim Guanabara e Bancários.

É possível que os números reais de casos e mortes sejam maiores diante da demora na conclusão dos resultados dos testes do coronavírus que saem em 15 dias. A família do insulano José Benedito, conhecido como Bené, um dos atendentes do Quiosque Caju Lanches, no Guarabu, que morreu na terça (14), por exemplo, aguarda o resultado do exame para comprovar se a morte foi por coronavírus, já que ele apresentava os sintomas.

Longas filas aumentam os riscos de contágio

A grande preocupação agora fica por conta da constante desobediência de alguns insulanos que ignoram as regras de isolamento social. Durante a semana foi grande o movimento nos supermercados e bancos da região. Em bairros como o Bancários, Tauá e Cacuia são comuns cenas de pessoas sentadas em mesa de bar, o que pode ser um facilitador para o contágio do Covid-19 e para o aumento exponencial de casos e mortes na Ilha.

— Temos como exemplo negativo o município de Caxias que foi um dos últimos a fazer o isolamento e já contabiliza 20 mortes, a segunda em número de óbitos do estado. É preciso evitar ao máximo sair de casa até porque não sabemos ao certo o potencial da curva de contágio que podemos atingir na Ilha — esclarece o infectologista Marcos Gutierrez.