Blocos da Ilha ficam sem carnaval de rua

Pelo segundo ano consecutivo a Prefeitura do Rio decidiu que a Ilha do Governador não terá o tradicional carnaval de rua devido ao aumento de casos da Covid-19 e a transmissão comunitária da variante ômicron, que já atinge os países da Europa e Ásia. No entanto, até o momento, os desfiles de escolas de samba na Marquês de Sapucaí e na Intendente Magalhães estão mantidos. 

Essa decisão foi divulgada após uma reunião com representantes de diversos blocos da cidade. A alegação da prefeitura, além do aumento no número de casos da doença que estão sendo registrados nesta primeira semana do ano, é em relação a logística e segurança do evento, que precisa ser feita com antecedência, fato que não seria possível neste ano pelo curto tempo.  

— A gente comunicou aos blocos que o carnaval de rua nos moldes que a gente sempre fez até 2020 não acontecerá em 2022. Infelizmente, falo como prefeito e como cidadão que gosta de carnaval, mas não podemos fazer. É muita coisa envolvida em relação a planejamento, e não conseguimos garantir neste momento. Com o cenário da pandemia hoje, com a ômicron presente, a prefeitura se viu obrigada a cancelar — disse o prefeito Paes.  

A presidente do Batuke de Batom, Cátia Coelho, um dos blocos mais tradicionais da Ilha, foi uma das insulanas presentes na reunião com oprefeito quando ficou decidido o cancelamento do carnaval de rua. Ela concordou com a decisão, visto o cenário de instabilidade epidemiológica, mas garantiu que em breve o bloco informará o seu projeto para o Carnaval 2022, de forma segura, com protocolos sanitários e em ambientes controlados. 

— Sempre haverá carnaval, mesmo que a gente não possa ir para a rua. A prefeitura autorizará eventos onde possamos ter controle do acesso de pessoas, mediante a comprovação da vacina contra a Covid-19. Vamos em busca de alternativas para a folia — afirma Cátia.  

Outro bloco insulano a se posicionar oficialmente foi a Tribo Cacuia, que prontamente apoiou a iniciativa da prefeitura e comunicou o cancelamento dos ensaios de rua e do desfile, que ocorre na terça-feira de carnaval. Os números da Covid-19 na região, desde o início da pandemia, já chegam a 13.418 casos e 1.079 mortes.