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Aulas à distância são um desafio para todos

Colégios adotam videoaulas ao vivo para driblar a quarentena


29/05/2020 - Edição 1991

A estudante Clara Luz vem buscando a adaptação à nova rotina de estudos virtuais
A estudante Clara Luz vem buscando a adaptação à nova rotina de estudos virtuais

Com a necessidade do isolamento social e as aulas presenciais nos colégios e faculdades suspensas por tempo indeterminado, alunos, professores e colégios da região precisaram adaptar-se a uma nova rotina e substituir lousa e giz por notebooks e fones de ouvido. A maioria dos colégios particulares adotaram o ambiente virtual para driblar a distância e manter o aprendizado em evolução mesmo durante a quarentena. Nas escolas públicas o acesso virtual esbarra na dificuldade dos alunos às plataformas, devido as condições sociais.

Professores, alunos e diretores dizem que o processo de ambiente virtual já existia, mesmo antes mesmo da pandemia. Durante o isolamento, foi rápida a adaptação e os alunos assimilaram bem o conteúdo, como nas aulas presenciais. Entretanto, os colégios de médio e pequeno porte da região precisaram criar a estrutura do zero, medida que gerou um atraso até que os novos processos fossem entendidos por professores e alunos.

Caio Sena aprova o método de ensino da Estácio

Sem as aulas presenciais, as instituições se viram obrigadas a oferecer descontos na mensalidade que variam de dez a 40%, fato que gera preocupação na gestão de algumas escolas. Na visão da estudante Clara Luz, de 15 anos, moradora do Moneró, que estuda no Colégio Paranapuan, a adaptação à aula virtual foi rápida, mas com o passar das semanas, por conta da autonomia gerada pelo ensino à distância, ela diz que se distraiu e teve dificuldades para conciliar lazer e de estudo.

— No primeiro momento a adaptação foi fácil principalmente por ser algo que provém da tecnologia e a geração atual de jovens está ambientada com isso. Só que com tanto tempo livre, você acaba se embolando e deixando de dar a importância necessária para o aprendizado nas aulas. Mas creio que é questão de ter rotina e o controle das ações — disse Clara.

Para o estudante de direito da Estácio da Ilha, Caio Sena, o ensino à distância facilitou na questão do deslocamento. “Estou achando bem melhor. A tecnologia nos permite isso. Hoje eu economizo tempo de deslocamento e dinheiro de passagem para a faculdade. Sem falar que você pode ouvir a aula e realizar outras atividades ao mesmo tempo”.

A professora Silvia Nunes precisou se ambientar à tecnologia

Do ponto de vista da professora do município, Silvia Nunes, que leciona na Escola Municipal Conjunto Praia da Bandeira, há uma perda significativa pelo fato do ensino à distância não atingir na totalidade os alunos.

— Como minha turma é do fundamental I, em um primeiro momento, comecei o diálogo com os responsáveis através do WhatsApp para tentar amenizar o impacto da falta da aula presencial. Agora o município dispõe da plataforma e usamos o Microsoft Teams, mas muitos professores, como eu, precisaram se adaptar à tecnologia. Está complicado, mas estamos transmitindo todo conteúdo e os alunos tem assimilado — finalizou a professora.