06/09/2024 - Edição 2214
Na semana em que a Ilha do Governador completa 457 anos, os insulanos viveram momentos de emoção e alívio com a maravilhosa notícia na segunda-feira (2), da alta médica, após 80 dias de internação, da jovem Ana Beatriz Barcelos, de apenas 13 anos.
Moradora da Rua Zaquia Jorge, nos Bancários, Ana Beatriz foi baleada em um tiroteio no dia 13 de junho, quando voltava para casa após uma aula de balé, acompanhada por sua tia e prima. A bala perdida, resultado de um confronto entre policiais militares e criminosos, mudou completamente a vida da adolescente e de sua família.
Durante o período de internação, Ana Beatriz passou por duas cirurgias de alta complexidade, onde perdeu o rim esquerdo, parte do intestino grosso, além do baço e parte do pulmão. "Foram 80 dias de muita angústia, mas também de aprendizado. Ela nos ensinou sobre força e fé", disse, emocionada, Ana Carla do Nascimento, mãe da jovem.
Apesar das circunstâncias devastadoras, a força da menina e o apoio de sua família formaram uma corrente de superação. "A primeira coisa que Ana Beatriz quis fazer ao sair do hospital foi passar na Paróquia de Nossa Senhora da Ajuda, para agradecer pelo milagre de estar viva", contou sua tia, Elaine Silva, que esteve ao seu lado durante toda a internação.
O drama que começou no dia 13 de junho teve um desfecho repleto de gratidão e esperança. Ao longo de sua recuperação, Ana Beatriz encontrou um escape na criação de pulseiras e terços de miçangas, que confeccionava no hospital. Os itens, além de serem uma forma de distração, passaram a ser vendidos pela família, como uma maneira de manter a mente ocupada e alimentar a fé.
— Alegria e alívio, porque acabou tudo isso. Eu não aguentava mais. Agora acabou. Estou muito feliz, aliviada e muito emocionada. Se não fosse pela minha família, pela força deles, eu jamais iria conseguir. Eles me deram muito apoio, dizendo que não era pra chorar, que eu tinha que sorrir, que daria tudo certo e graças a Deus, deu tudo certo — disse a menina.
Ana Beatriz agora está de volta ao seu lar, ao lado de seu irmãozinho Theo, para a continuidade na fisioterapia e nos trabalhos ambulatoriais. "Foi um alívio ver o sorriso dela novamente em casa. Acabou esse pesadelo. A vida volta a fazer sentido”, finaliza a mãe.
A investigação sobre o tiroteio que feriu Ana Beatriz ainda está em andamento. A Polícia Civil informou que está prevista uma reprodução simulada do ocorrido para esclarecer a autoria dos disparos. Enquanto isso, a família segue seu caminho de fé, agradecida pelo milagre da vida e pela recuperação de Ana Beatriz.